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Em nota, MPF diz que Prisco 'apostou na política do terror'

Em Salvador

19/04/2014 14h39

O Ministério Público Federal divulgou neste sábado (19) uma nota a respeito da prisão preventiva do vereador e bombeiro Marco Prisco (PSDB), líder dos policiais militares na Bahia. Conforme o MPF, a medida foi requerida pela entidade federal e decretada pela Justiça Federal na Bahia para a garantia da ordem pública. Prisco responde a ação penal por crimes previstos na Lei de Segurança Nacional.

A nota, publicada no site do MPF, afirma que Marco Prisco "mesmo denunciado pela prática de crimes contra a segurança nacional, continuou ostensivamente a instigar o uso da violência e da desordem e a liderar movimentos grevistas expressamente proibidos pela Constituição Federal, não só no Estado da Bahia, como em outras unidades da federação, apostando na política do terror".

O texto lembra também que Prisco liderou três greves ilegais com graves consequências para os cidadãos baianos. "Apenas entre os dias 16 e 18 deste mês de abril, período em que os policiais militares interromperam suas atividades, mais de cem pessoas foram assassinadas em Salvador, além de terem sido praticados saques, 'arrastões', roubos e a restrição ao direito de ir e vir dos cidadãos. Enfim, instalou-se entre a população baiana verdadeiro estado de pânico generalizado".

O comunicado ressalta ainda que "entre as hipóteses legais para a decretação da prisão preventiva estão a garantia da ordem pública e a necessidade de preservar a sociedade contra a possibilidade de que o réu continue a reincidir em práticas delitivas."

Mais cedo, o Sindipol-BA (Sindicato dos Policiais Federais da Bahia) também havia divulgado nota sobre a prisão preventiva de Prisco. O texto diz que a prisão foi realizada por "expressa determinação judicial emanada da Justiça Federal, acolhendo representação do Ministério Público Federal, pelo que descabe, em princípio, qualquer discussão acerca de seu cumprimento".

Mas deixa clara a discordância do Sindipol com a prisão. O comunicado ressalta que "há indícios severos" de um "processo de judicialização de uma questão política, conduzido de forma débil, e que não pode redundar em confronto ou hostilidades entre forças policiais".