PM do Rio expulsa quatro soldados de UPP acusados de estupro coletivo
O Comando da Polícia Militar do Rio de Janeiro informou neste domingo (31) que expulsou quatro policiais militares da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) do Méier. Eles são acusados de terem estuprado duas mulheres e uma adolescente na comunidade do Jacarezinho, zona norte do Rio. Os quatro ainda respondem ao processo perante a Justiça.
Segundo a PM, teriam praticado o crime de violência sexual os soldados Gabriel Machado Mantuano, Renato Ferreira Leite, Anderson Farias da Silva e Wellington de Cássio Costa Fonseca. "A conduta grave desses policiais militares, em desacordo com os ensinamentos recebidos durante a formação, atentou contra o sentimento de dever e decoro da classe. A ocorrência deste crime, por agentes garantidores da lei, é inadmissível", justificou o comando da PM.
De acordo com a denúncia do Ministério Público sobre o caso, por volta da meia-noite do dia 5 de agosto, os denunciados chegaram a um beco localizado sob um viaduto em Benfica e foram hostilizados por supostos usuários de drogas, que arremessaram pedras contra os PMs. Em resposta, os agentes decidiram entrar nas casas próximas ao local e obrigar moradores a sair de suas residências. Durante essa ação, os policiais encontraram as vítimas, que foram levadas para um barraco.
Ainda segundo o MP-RJ, os policiais agrediram as jovens com tapas e socos, ameaças de morte e as estupraram. Logo após o crime, as vítimas procuraram a delegacia e fizeram exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal. A casa onde os crimes ocorreram, segundo as vítimas, passou por uma perícia, e os investigadores recolheram material genético para exame de DNA.
De acordo com o promotor de Justiça Paulo Roberto Mello Cunha Júnior, da 2ª Promotoria de Justiça, os PMs denunciados representam "evidente risco à ordem pública", por demonstrarem comportamento violento e personalidade distorcida. "Percebe-se facilmente que a conduta bárbara dos denunciados teve como único objetivo vingar-se cegamente do fato de terem sido, momentos antes, hostilizados por usuários de drogas, humilhando, agredindo, e violentando quem bem entendessem", argumentou o promotor na denúncia.
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