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Acusado de matar cartunista Glauco é preso em Goiás

Cadu foi preso novamente por suspeita de latrocínio em Goiânia - Gazeta do Povo/AE
Cadu foi preso novamente por suspeita de latrocínio em Goiânia Imagem: Gazeta do Povo/AE

Em Goiânia

01/09/2014 16h07Atualizada em 01/09/2014 16h48

Foi preso nesta segunda-feira (1º), em Goiânia, Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 29, chamado de Cadu, acusado em 2010 pelo assassinato do cartunista Glauco Vilas Boas e do filho dele, Raoni Vilas Boas. O rapaz estava com um outro homem e tentava fugir de uma abordagem policial feita por um delegado que suspeitou do carro, um Honda Civic, roubado.

Os dois são suspeitos de cometerem um latrocínio, que é roubo seguido de morte, e ainda uma tentativa de latrocínio em Goiânia, ocorridos no final de semana.

Carlos Eduardo estava solto desde agosto de 2013, quando a Justiça de Goiás decidiu por dar alta ao infrator, diagnosticado como doente mental.

O caso

Os homicídios de Glauco e de seu filho, Raoni, ocorreram no dia 12 de março de 2010 em Osasco, na Grande São Paulo (SP).

Na época, sob efeito de maconha, haxixe e uma mistura de ervas do chamado Santo Daime, Cadu invadiu a Igreja Céu de Maria, matou o cartunista e o filho dele. De acordo com o Laudo Psiquiátrico e Psicológico de Sanidade Mental, os assassinatos ocorreram em um momento de surto, uma vez que foi diagnosticado que o rapaz é portador de esquizofrenia paranoide --o que o torna incapaz de perceber a gravidade dos seus atos.

O surto seguiu, após o duplo homicídio, quando Carlos Eduardo tentou fugir para o Paraguai, armado e dirigindo um carro roubado, e foi preso na fronteira dos dois países.

Relembre: assassino do cartunista Glauco vai voltar para casa

Após ser reconhecido pela mulher de Glauco, testemunha do ocorrido, Cadu confessou o crime, ele conhecia a família por meio da igreja Céu de Maria, fundada por Glauco e que segue rituais do Santo Daime, como uso de chá alucinógeno.

Declarado inimputável pela Justiça em 2011, ficou num complexo médico penal no Paraná. No ano seguinte, foi transferido a Goiânia. Lá, passou por clínicas vinculadas ao Programa de Atenção ao Louco Infrator, da Secretaria de Saúde de Goiás, conhecido pela posição antimanicomial.

Ele ficou preso por três anos, quando, em agosto do ano passado, a juíza Telma Aparecida Alves, da 4ª Vara de Execuções Penais de Goiânia, decidiu soltá-lo. Segundo ela, Cadu, que tem esquizofrenia, estaria apto a passar para o tratamento ambulatorial. Ele havia passado em junho pela avaliação de uma junta médica do Tribunal de Justiça de Goiás, que deu parecer favorável à liberação.