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Juros longos caem com eleição e liquidez baixa

01/09/2014 17h11

São Paulo - Apesar das oscilações do dólar ante o real nesta segunda-feira, 01, as taxas dos contratos futuros de juros mostraram comportamento autônomo no Brasil. As de curto prazo terminaram a sessão regular com viés de alta, mas muito próximas dos patamares da sexta-feira, enquanto as de prazos mais longos recuaram. O movimento, traduzido pela persistência da "inclinação negativa" da curva de juros, foi motivado pelas especulações eleitorais, em meio à perspectiva de que Marina Silva (PSB) saia vitoriosa.

Na BM&FBovespa, ao fim da sessão regular, o DI janeiro de 2015, com 20.925 contratos, fechou com taxa de 10,78%, na mínima, nivelado ao ajuste de sexta-feira. O DI janeiro de 2016 (138.245 contratos) marcou 11,27%. O DI janeiro de 2017 (144.520 contratos) fechou em 11,20%, de 11,23% no ajuste da sessão anterior, e o DI janeiro de 2021 recuou de 11,13% para 11,00% (59.715 contratos). As oscilações ocorreram em um ambiente de liquidez reduzida, já que é feriado do Dia do Trabalho nos EUA.

Enquanto isso, as estimativas para a economia brasileira continuaram se deteriorando, como mostrou o Boletim Focus. Após a contração de 0,6% do PIB do segundo trimestre, conhecida na sexta-feira, as estimativas de crescimento para a atividade doméstica cederam de 0,70%, na semana passada, para 0,52%. Para 2015, a estimativa de expansão de 1,20% também foi reduzida, para 1,10%. Pelo lado da inflação, os analistas mantiveram em 6,27% as expectativas para o IPCA de 2014. Já para 2015, a mediana das estimativas subiu de 6,28% para 6,29%.

E na semana em que o Comitê de Política Monetária (Copom) definirá o rumo da Selic, economistas consultados pela instituição na pesquisa Focus mantiveram a projeção de que a taxa encerrará 2014 em 11,00% ao ano, mesmo patamar atual. O Boletim Focus revelou também que, ao final de 2015, a taxa básica de juros ficará em 11,75% ao ano, e não mais em 12,00%, como apontado na semana anterior.

Entre os dados correntes, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) acelerou para 0,12% em agosto, ante 0,10% em julho, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Na terceira quadrissemana de agosto, o IPC-S havia ficado em 0,06%. Com o resultado, o indicador acumula alta de 6,76% em 12 meses e 4,42% no ano. O IPC-S de julho ficou um pouco acima da mediana, de 0,10%.

Pelo lado da atividade, o índice PMI do setor industrial brasileiro subiu para 50,2 em agosto, de 49,1 em julho, segundo dados da Markit e do HSBC. O resultado interrompe a sequência de quatro meses de contração registrada de abril a julho, quando foram constatadas leituras abaixo de 50.

Já o dólar interrompeu uma sequência de quatro baixas consecutivas, mas ao mesmo tempo não teve fôlego para subir, encerrando o dia estável ante o real, cotado a R$ 2,2420.