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Bovespa sobe puxada por balanços

30/10/2014 11h00

São Paulo - O crescimento da economia norte-americana acima do esperado no terceiro trimestre deste ano, com uma taxa anualizada de 3,5% ante previsão de expansão de 3,1%, adicionou ingredientes à percepção nos mercados financeiros globais deixada na quarta-feira, 29, pelo Federal Reserve, de que o processo de normalização dos juros nos Estados Unidos pode ser antecipado. Os números sobre a maior economia do mundo mantiveram os índices futuros das bolsas de Nova York em queda, assim como as principais bolsas europeias, ao passo que a Bovespa continua em alta, direção que é exibida desde a abertura da sessão. De um modo geral, os mercados domésticos são mais influenciados pela decisão inesperada do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa básica de juros (Selic), com um placar dividido.

A economia dos EUA cresceu 3,5% na taxa anualizada para o período entre julho e setembro de 2014, conforme a primeira estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) do país divulgada há pouco. No trimestre anterior, o PIB norte-americano registrou expansão de 4,6%, também na taxa anualizada. Em reação, em Wall Street, por volta das 10h50, o futuro do S&P 500 caía 0,24% e o futuro do Dow Jones perdia 0,18%.

Internamente, porém, o Ibovespa subia 1,55%, aos 51.840,72 pontos, às 10h50, não muito distante da pontuação máxima do dia, em alta de 1,82%, aos 51.981 pontos. Entre os destaques de baixa, estavam as ações ON e PNA da Vale, com -3,39% e -3,40%, nesta ordem, após a mineradora reportar prejuízo líquido de US$ 1,437 bilhão no terceiro trimestre deste ano, um resultado bem pior que a projeção mais pessimista dos analistas consultados pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

Já o Bradesco, que também publicou o balanço financeiro do trimestre passado nesta manhã, tinha ganhos de 4,89% nas ações PN, após divulgar um lucro líquido contábil de R$ 3,875 bilhões no período, ficando acima da projeção estimada. Outro destaque eram os ganhos das ações ON e PN da Petrobras, com +2,44% e +2,50%, respectivamente.

Enquanto digerem o indício de um novo perfil da política econômica e seguem no aguardo da definição dos nomes para os cargos de ministérios, os investidores também avaliam a possibilidade de um aumento nos preços dos combustíveis, com essa "janela" que poderia ter sido aberta pelo BC. Operadores das mesas de renda variável consultados pelo Broadcast afirmam que a Bolsa brasileira abriu o pregão animado com a decisão do BC de elevar a Selic para 11,25%.

Para eles, a medida mostra que a autoridade monetária está preocupada com inflação e é isso que o mercado quer: um BC atuante. Aparentemente, avaliam, esse seria o início de uma nova postura depois da reeleição de Dilma e, agora, os investidores vão esperar pela reunião do Conselho de Administração da Petrobras, na sexta-feira, 31, para ver se sai o reajuste. A conferir.