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Juros futuros seguem dólar e têm leve ajuste para cima

27/11/2014 09h35

São Paulo - O dólar à vista e os juros futuros iniciaram de modo comedido o pregão desta quinta-feira, 27, dia de feriado pelo Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, o que enxuga a liquidez dos negócios ao redor do mundo. As atenções dos mercados domésticos estão concentradas na oficialização dos nomes de Joaquim Levy e Nelson Barbosa nos ministérios da Fazenda e do Planejamento, respectivamente, além da manutenção de Alexandre Tombini na presidência do Banco Central. À espera do anúncio, as cotações da moeda norte-americana ante o real e das taxas dos DIs oscilam de forma marginal, com ligeiros ajustes para cima.

Por volta das 9h30, o dólar à vista no balcão valia R$ 2,5130 (+0,32%), depois subir até R$ 2,5150 (+0,40%), na cotação máxima do dia. Já o DI para janeiro de 2017 tinha taxa de 12,13%, de 12,10% no ajuste de ontem; e o DI para janeiro de 2021 estava em 11,72%, de 11,65% no ajuste anterior. O leilão do Tesouro Nacional, a partir das 11h30, pode influenciar os negócios com os vencimentos mais longos.

Nos vértices mais curtos, os investidores seguem acreditando em um maior aperto monetário pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na próxima reunião e também no inicio de 2015, principalmente com a nova equipe econômica, que promoveria um ajuste nas contas do governo. Ainda no mesmo horário, o DI para abril do ano que vem indicava taxa de 11,860%, na mínima, de 11,869% após ajuste de quarta-feira.

O trio que comandará a economia no novo mandato de Dilma seria oficialmente apresentado às 15 horas. Mas o horário pode ser alterado, uma vez que o evento ainda não consta na agenda da presidente Dilma Rousseff, que deve fazer o anúncio.

Formado por Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento) e Alexandre Tombini (Banco Central), os três desenharão o modelo que o governo adotará para retomar o controle fiscal e resgatar a credibilidade junto aos agentes econômicos, convivendo em regime de "transição" com os atuais ministros. Porém, a nova equipe só deve tomar posse e detalhar medidas rigorosas mais à frente, à espera da votação no Congresso, na semana que vem, do projeto que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014 e elimina o limite de abatimentos da meta de superávit.

Na agenda doméstica, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou que o Índice de Preços ao Produtor (IPP) subiu 0,67% em outubro, ante alta de 0,95% em setembro (dado revisado). Mais cedo, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou que o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) acelerou a alta para 0,98% em novembro, de +0,28% em outubro.

O resultado ficou acima da mediana projetada, de 0,95%, após coleta de estimativas pelo AE Projeções, que iam de 0,73% a alta de 1,09%. A entidade também informou que a confiança dos setores de comércio e de serviços caíram, em novembro ante outubro, com a primeira atingindo o segundo menor nível da série histórica, iniciada em março de 2010, e a segunda alcançando o patamar mais baixo desde junho de 2008.

No exterior, a quinta-feira de feriado nos EUA reduz a liquidez dos negócios. Ainda assim, a manutenção do tom suave ("dovish") nas declarações do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, dá força à Bolsa de Frankfurt, que opera normalmente, bem como enfraquece o euro. Já o juro do Bund alemão de 10 anos renovou as mínimas históricas, a 0,712%, mais cedo, diante da expectativa de compras de bônus soberanos pelo BCE.

As atenções dos investidores globais também se voltam para Viena, onde a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) se reúne para decidir sobre os níveis de produção da commodity. Os preços dos contratos negociados em Londres e em Nova York seguem negociados nos níveis mais baixos em quatro anos, em meio à falta de otimismo de cortes nas metas de produção. Também às 9h30, o Brent para janeiro caía 2,32%, a US$ 75,96 por barril.