Topo

Bovespa começa ano com queda de 2,99%; Petrobras recua 6%

02/01/2015 18h00

São Paulo - A Bovespa começou o ano devagar, num pregão nesta sexta-feira, 2, marcado pela aversão ao risco tanto no mercado doméstico quanto nas bolsas internacionais. Por aqui, a rota de fuga dos investidores estrangeiros foram os papéis da Petrobras e da Vale, mas as perdas foram generalizadas em todos os setores. Para se ter uma ideia, das 68 ações que compõem a carteira teórica do índice à vista, apenas uma fechou no azul, Embraer ON. Em Wall Street, as bolsas de Nova York chegaram a abrir em alta, mas migraram para o negativo e intensificaram as perdas no meio da tarde, em reação à divulgação de indicadores fracos da economia norte-americana, com destaque para o índice de atividade do setor industrial medido pelo ISM, que caiu além do esperado em dezembro.

O Ibovespa encerrou esta sexta-feira em baixa de 2,99%, aos 48.512,22 pontos, sem que em nenhum momento tenha tocado o terreno positivo. Na mínima, o índice à vista recuou aos 48.345 pontos (-3,32%). O volume financeiro somou R$ 5,31 bilhões, reflexo de uma sessão espremida entre o feriado de ano-novo e o fim de semana.

Sem nenhuma sinalização por parte da presidente Dilma Rousseff de que haverá mudanças na diretoria da Petrobras, as ações da estatal terminaram em queda de 6,15% (ON) e de 6,59% (PN). No Congresso, ontem, Dilma afirmou apenas que é preciso defender a estatal de "predadores internos e inimigos externos". Enquanto isso, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu um inquérito administrativo para investigar eventuais responsabilidades de administradores da empresa.

Além dos desdobramentos dos escândalos de corrupção investigados pela Polícia Federal, os papéis da Petrobras também são castigados pela queda nos preços do petróleo no exterior. Há pouco, o Brent para fevereiro perdia 0,83%, a US$ 56,45 o barril na plataforma eletrônica ICE, em Londres. Na Nymex, o contrato futuro de petróleo para o mesmo mês tinha queda de 0,57%, com o barril cotado a US$ 52,70.

Ainda entre as blue chips, Vale ON e PNA fecharam em baixa de 2,88% e de 2,60%, respectivamente, em meio à perspectiva de uma atividade mais fraca na China, principal cliente da mineradora. As preocupações foram reforçadas após a divulgação do índice dos gerentes de compras (PMI) industrial chinês, que foi a 50,1 pontos, perto de uma contração nas condições operacionais da indústria.

Em Wall Street, no fim de tarde, as bolsas seguiamm em baixa, com o Dow Jones em queda de 0,07% e o S&P 500 em declínio de 0,18%, enquanto o Nasdaq perdia 0,34%.

Voltando ao cenário doméstico, na segunda-feira passa a valer a terceira e última prévia da carteira do Ibovespa, válida para o período de janeiro a abril de 2015, que manteve a inclusão das ações ordinárias da Multiplan, como visto na primeira e segunda prévias. As ações preferenciais do Itaú Unibanco permanecem como as de maior peso, com participação de 11,079%. Depois, vem Bradesco PN na segunda colocação entre as ações de maior peso na carteira, com 8,493%, seguida por Ambev ON, com 7,126%. As ações PN da Petrobras ficaram com participação de 4,835% e a ON de 3,104%. Vale PNA aparece com 4,318% e Vale ON, com 3,306%.