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Consórcio prevê estiagem pior em 2015 e recomenda reservar água da chuva

Em Sorocaba (SP)

27/01/2015 18h39

Prefeituras, empresas, serviços de saneamento e a população devem reservar água da chuva para enfrentar a estiagem de 2015, que pode ser pior que a de 2014. A recomendação foi feita nesta terça-feira (27) pelo PCJ (Consórcio das Bacias dos Rio Piracicaba, Capivari e Jundiaí) durante reunião com representantes de 43 municípios das regiões de Piracicaba e Campinas, no município de Americana.

"Estamos incentivando a população a construir cisternas e reservatórios para armazenar a água da chuva, alertando porém dos cuidados para evitar a dengue", disse a gerente técnica do PCJ, Andréa Borges.

Segundo ela, o período chuvoso deve se estender até o início de abril, mas as chuvas deste início de ano estão 50% abaixo do esperado. A preocupação do consórcio é assegurar uma reserva técnica para o período seco, que deverá ser pior que o enfrentado pelas bacias PCJ em 2014.

"Hoje, com toda a chuva, a maioria desses municípios já enfrenta restrição no abastecimento e muitos estão com racionamento", disse. A entidade produziu um estudo técnico sobre o armazenamento de águas pluviais que está sendo encaminhado aos municípios e às 30 empresas associadas do consórcio. Os projetos de aproveitamento de água não potáveis seguem os padrões da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

De acordo com a gerente, as prefeituras podem construir piscinões que, além de servir para evitar alagamentos, reservam água para uso em emergências. Também estão sendo orientadas a cadastrar lagos e represas particulares para eventual requisição da água. Durante o encontro, também foi discutida a perda de água tratada durante a distribuição que, na região do consórcio, é de 37%. Os principais vilões são os encanamentos velhos e hidrômetros obsoletos. Também foi reforçada a necessidade de incentivar campanhas de reúso e uso racional.

Vazão

As chuvas dos últimos dias elevaram o nível dos rios que compõem as bacias do PCJ, mas Andréa considera que é uma situação enganosa.

"São rios pouco profundos e, da mesma forma que enchem, as vazões baixam de forma muito rápida."

Segundo ela, é essencial para os rios das bacias a recuperação das represas do Sistema Cantareira que, apesar das chuvas, continuam com nível crítico.

"O solo não está retendo água e o cenário para o período seco não é bom." No ano passado, no início da estiagem, o Cantareira tinha 10% do volume útil. "Este ano, estamos no negativo", disse.