Juros terminam estáveis após Copom deixar próximos passos em aberto
A ata do Comitê de Política Monetária do Banco Central destacou que há pressões adicionais sobre os preços relativos neste ano e também reforçou a ideia de que a convergência da inflação à meta só ocorrerá em 2016. No entanto, a instituição deixou seu próximo passo em aberto, podendo ajustar a Selic em 0,50 ponto porcentual ou 0,25 ponto porcentual em março. Ontem, o mercado precificava chance maior de 0,50 pp e hoje fez uma pequena correção em baixa, mantendo as apostas divididas, explicou uma fonte da área de renda fixa.
No documento, o Comitê alterou o parágrafo 31, no qual mencionava, em dezembro, que a política monetária deveria se manter "especialmente vigilante" e, ao mesmo tempo, dizia que o esforço de política monetária tenderia a ser implementado com "parcimônia". O trecho atualizado trouxe a avaliação do colegiado de que "o cenário de convergência da inflação para 4,5% em 2016 tem se fortalecido". "Para o Comitê, contudo, os avanços alcançados no combate à inflação - a exemplo de sinais benignos vindos de indicadores de expectativas de médio e longo prazo - ainda não se mostram suficientes", informou a ata.
Diante da falta de clareza sobre o ritmo que o Banco Central adotará na sua política de juros levou as taxas futuras a terminarem muito perto da estabilidade, com as taxas mais longas exibindo ligeiro viés de alta devido ao avanço do dólar. No fim da sessão regular na BM&F Bovespa, a taxa do DI para abril de 2015 (105.770 contratos) fechou em 12,26%, de 12,27% no ajuste anterior. O DI para em janeiro de 2016 (264.865 contratos) apontava taxa de 12,67%, de 12,68% no ajuste de ontem; o DI com vencimento em janeiro de 2017 (179.935 contratos) projetava taxa de 12,34%, de 12,35%; e o DI para janeiro de 2021 estava em 11,76%, de 11,74%, na mesma comparação.
Os resultados das contas do governo central também foram observados no Brasil. Segundo o Tesouro Nacional, o resultado do chamado Governo Central, que reúne as contas do Tesouro Nacional, INSS e Banco Central, registrou déficit de R$ 17,242 bilhões em 2014, marcando o pior desempenho da série histórica que teve início em 1997. Foi o primeiro déficit da série e corresponde a 0,34% do Produto Interno Bruto (PIB). O dado contrariou a previsão do governo de fechar o ano com um superávit de R$ 10,1 bilhões e reforça as incertezas dos investidores sobre o cumprimento da meta fiscal do governo.
Também foram divulgados hoje dados da inflação e do desemprego. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) passou de +0,62% em dezembro para +0,76% em janeiro. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reportou que a taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do País ficou em 4,3% em dezembro de 2014, no limite inferior do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que esperavam um resultado entre 4,30% a 5,20%, com mediana de 4,60%.
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