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Ganense compra passagem para Guiana e desembarca em Goiânia

Sem dinheiro para concluir a viagem, Ganense corre o risco de perder uma bolsa de estudos - Reprodução/TV Anhanguera
Sem dinheiro para concluir a viagem, Ganense corre o risco de perder uma bolsa de estudos Imagem: Reprodução/TV Anhanguera

Em Goiânia

23/02/2015 12h25

Um problema de pronúncia pode ter sido a causa do fracasso na viagem dos sonhos de um professor de ciências biológicas de Gana, na África. Em vez de desembarcar na Guiana, país que faz fronteira com os Estados de Roraima e Pará, o professor africano Emmanuel Akomanyi, 29, foi parar em Goiânia, capital de Goiás.

Agora, sem dinheiro para concluir a viagem, ele corre o risco de perder uma bolsa de estudos para fazer Medicina na Universidade de Georgetown.

O professor só descobriu que tinha voado para a cidade errada quando já estava em Goiânia, dentro do táxi. Ao indicar a universidade situada na capital da Guiana, Akomanyi foi informado pelo motorista, que lhe apontava em um mapa, que ele estava no centro do Brasil e não no norte da América do Sul, muito longe de onde veio parar.

A história chamou a atenção no Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, com pessoas se mobilizando para ajudar o rapaz. O professor é órfão de pai e mãe, e cuidava sozinho de quatro irmãos mais novos em Gana. Ele havia economizado por cerca de dois anos para viabilizar a viagem.

Akomanyi acabou acolhido em Goiânia por conhecidos de uma jornalista que o conheceu ao fazer a reportagem sobre o caso. Segundo a jornalista Janine Rahe, a confusão ocorreu há cerca de dez dias, quando ele fazia uma conexão no Brasil.

Foi quando o professor comprou na Visão Turismo, agência que funciona no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, uma passagem para a Guiana.

Procurada nesta segunda-feira (23), a agência solicitou ouvir o advogado da empresa, mas a ligação caiu na caixa de recados e ele não retornou. À TV Anhanguera, a Visão Turismo havia sustentado que o engano partiu de Akomanyi.

Também foi informado que a agência opera há oito anos no Aeroporto Internacional de Guarulhos e que todos os funcionários falam inglês. Em entrevista à emissora, o rapaz demonstrou dificuldades em pronunciar a palavra Goiânia, citando que não sabia de sua existência, apenas de Guiana.

"O coitado ganhou a bolsa de estudos, deixou os irmãos em Gana e veio, mas se ele não embarcar até sábado, pode perder a matrícula na universidade", alerta a jovem.

Com a dona de casa Lourdes Ricardo, que hospedou Akomanyi provisoriamente, Janine está mobilizando pessoas para ajudar o rapaz. Ela está encaminhando o professor para vários meios de comunicação para divulgar o drama do africano e ainda disse que espera uma manifestação da Embaixada de Gana neste sentido.