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Após morte filmada em celular, PM exonera comandante de batalhão no Rio

No Rio

27/02/2015 10h53

O comando da Polícia Militar do Rio de Janeiro exonerou na quinta-feira (26) o comandante do 9º Batalhão, tenente coronel Luiz Garcia Baptista, um dia depois da divulgação de um vídeo que mostra um adolescente sendo morto por tiros disparados durante uma operação na Favela da Palmeirinha, em Honório Gurgel, zona norte. O batalhão é responsável pela região onde está situada a comunidade. Antes de ser exonerado do cargo, o comandante havia afastado nove homens que teriam participado da operação de suas funções de patrulhamento.

Na ação, ocorrida na sexta-feira (20) da semana passada, policiais atingiram Alan de Souza Lima, 15, que acabou morto, e um amigo dele, o vendedor de mate Chauan Jambre Cesário, 19, que ficou ferido no peito, mas passa bem. Nas imagens, é possível ver que o adolescente não estava armado. Mesmo assim, os policiais registraram o caso na 29ª DP (Madureira) como auto de resistência e apresentaram uma pistola e um revólver na delegacia.

Como é possível ver nas imagens, não havia energia elétrica na comunidade e quatro amigos, dentre os quais estavam Lima e Cesário, estavam conversando no portão da casa de um deles quando começaram os disparos. A gravação mostra o grupo fazendo brincadeiras até que começa o tiroteio. Embora o celular tenha caído, continuou gravando e registrou uma conversa em que policiais militares questionam as vítimas sobre a razão pela qual estavam correndo.

Após a divulgação do vídeo, a Corregedoria da Polícia Militar apreendeu as armas dos policiais que participaram da ação. Na versão da polícia, os jovens seriam suspeitos de integrar a quadrilha que controla o tráfico de drogas na comunidade, e estariam portando armas. Cesário chegou a ser detido, acusado de porte ilegal de arma, mas foi colocado em liberdade na segunda-feira, após seu advogado entrar na Justiça com um pedido de relaxamento da prisão, que foi acatado.