Prefeitura terá plano de emergência hídrica para moradores de rua
Além disso, o plano prevê que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) aumente o volume do fornecimento de água de reúso para os abrigos da Prefeitura e deixe de reduzir a pressão nos equipamentos. As Organizações Sociais de Interesse Público contratadas pela Prefeitura para gerir os abrigos terão um orçamento específico para comprar e distribuir água potável.
Os termos do acordo foram discutidos nesta sexta-feira em uma reunião tensa na sede da Defesa Civil da capital. Presente ao encontro, o secretário de Direitos Humanos, Eduardo Suplicy (PT), ouviu relatos dramáticos dos moradores e foi pressionado a tomar atitudes "imediatas" para evitar mortes. "Os banheiros da população de rua estão fechados e a água de reúso que deveria ser usada para lavá-los e dar descarga está sendo usada para lavar a rua", disse o padre Júlio Lancelotti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua e titular do Comitê de Políticas Públicas para a População de Rua. "Com essa falta de água, conseguir um copo para beber virou quase um sonho. Nos abrigos da Prefeitura têm horário marcado para beber água", relatou o morador de rua Sebastião Nicomedis de Oliveria, de 56 anos. "Juntam 4 pessoas e conseguem comprar uma garrafa de pinga, que custa R$ 1. Mas não conseguem depois comprar uma de água", concluiu.
"Iremos realizar os esforços para, em conjunto com a Sabesp, prover a água que falta para população em situação de rua" , afirmou Suplicy. Coordenador geral da Defesa Civil, Milton Roberto Persoli afirmou que ainda não tem como precisar o número de copos de água que será distribuído. "A crise hídrica é uma realidade. Temos que nos adaptar a ela", disse. A Prefeitura pedirá que a Sabesp assuma também a logística da distribuição.
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