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Sabesp admite pela primeira vez que faz racionamento

De São Paulo

01/04/2015 20h42

O presidente da Sabesp, Jerson Kelman, admitiu pela primeira vez que a redução da pressão da água, intensificada no início da crise em 2014, é um racionamento, o que sempre foi negado pelo governo e pela sua antecessora no cargo, Dilma Pena.

"Racionamento é algum tipo de restrição do uso da água. É claro que nós temos. Se nós reduzimos 30% da produção de água, tem alguma restrição. Agora, há várias formas de racionamento. Uma delas é o rodízio. Outra é redução de pressão, outra é dar cotas para os consumidores. Nós não estamos em rodízio. Rodízio é muito do que nós fazemos hoje, e mais perigoso", disse.

Reservatórios

Em mais um dia sem chuva consistente, o Sistema Cantareira apresentou alta nesta quarta-feira revelam dados da Sabesp.

O nível do manancial, que cresce pelo 26º dia seguido, atingiu a marca de 19,1% de sua capacidade máxima, ou seja, 0,1 ponto porcentual a mais do que na véspera. No período, foi registrado 0,1 milímetro de chuva na região. Todos os outros demais reservatórios hídricos da Grande São Paulo tiveram queda.

Também pelo cálculo novo da Sabesp, o Cantareira subiu 0,1 ponto porcentual, atingindo a marca de 14,8%. Há algumas semanas, a Sabesp passou a divulgar um novo cálculo para a contagem da reserva do Cantareira, após pressão do Ministério Público Estadual.

Na prática, tanto a antiga metodologia quanto a nova consideram o mesmo volume de água armazenada: 150,6 bilhões de litros. O que muda é a base de comparação. Na antiga, a divisão é feita entre o volume armazenado e o útil. Na nova, os dois são auferidos.

O Sistema Rio Grande foi o que teve, proporcionalmente, a maior queda. Ali, o nível baixou de 97,5% para 97,1%. O Rio Claro, por sua vez, caiu 0,3 ponto porcentual, chegando a 43,3%.

Em seguida, aparecem o Guarapiranga e o Alto Cotia, que perderam 0,2 ponto porcentual cada um, atingindo, respectivamente, as marcas de 85% e 65%.

Já o Alto Tietê desceu de 22,8% para 22,7% de um dia para o outro, segundo a Sabesp. Na maioria dos mananciais, não houve chuva registrada no período. Além do Cantareira, o único manancial que teve algum acúmulo de água da chuva foi o Alto Cotia, com 0,2 mm.