Brasileiro condenado à morte na Indonésia pode ser executado a partir de 3ª feira
A informação sobre a notificação foi fornecida pelo Itamaraty, acrescentando que as autoridades brasileiras seguem em negociação na tentativa de reverter a pena. Pelas leis indonésias, a confirmação oficial da execução ao prisioneiro tem de ocorrer com, pelo menos, 72 horas de antecedência.
O Itamaraty informou que houve uma reunião, no dia 23, entre o encarregado de negócios do Brasil na Indonésia e autoridades do país para falar sobre a execução.
Aqui no Brasil, ontem (24), o subsecretário-geral das Comunidades Brasileiras no Exterior, embaixador Carlos Alberto Simas Magalhães, também se reuniu com o encarregado de negócios da Indonésia no Brasil. Na ocasião, mais uma vez foi expresso o pedido brasileiro de reversão da pena.
Também na sexta-feira (24), o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) voltou a pedir clemência para Gularte. Magalhães disse ao ministro conselheiro da Indonésia Rizki Safary que, embora o governo brasileiro não desconsidere a gravidade do crime cometido por Gularte e respeite a legislação local, apelava para que ele não fosse fuzilado por "razões humanitárias", já que foi diagnosticado com esquizofrenia.
O governo brasileiro também tenta uma outra abordagem e está em contato com outros países que têm cidadãos no corredor da morte indonésio. O advogado de Gularte deve ainda apresentar mais uma vez um pedido de transferência da guarda dele para representantes da família - com base em um pedido de tutela feito por uma prima do prisioneiro - sob a alegação de que ele sobre de esquizofrenia. Caso seja concedida a tutela, o advogado tentará obter a clemência junto à Suprema Corte da Indonésia.
As relações entre Brasil e Indonésia estão estremecidas desde a execução do brasileiro Marco Archer Moreira, em 18 de janeiro, condenado por tentar entrar na Indonésia com 13 quilos de cocaína. Em represália, a presidente Dilma se recusou a receber as credenciais do novo embaixador indonésio no Brasil, Toto Riyanto, em 20 de fevereiro. Por isso, hoje o principal representante indonésio no Brasil é um ministro conselheiro e não o embaixador.
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