Eleição argentina testa prestígio de candidato da direita
Isso ocorre porque o ex-presidente do Boca Juniors, com 64% de aprovação, decidiu apoiar um dos candidatos, Horacio Larreta, seu chefe de gabinete. A rival, Gabriela Michetti, cadeirante que foi vice-prefeita e lidera o PRO no Senado municipal, rejeitou ser sua vice na chapa presidencial e insistiu em disputar a prefeitura contra a vontade do chefe. Larreta tem leve vantagem segundo as pesquisas, mas dentro da margem de erro.
"Macri apostou capital político. O impacto de uma derrota de seu protegido se dará principalmente dentro do PRO e em relação a outras alianças que armou. Se ela ganhar, será difícil tirar a sensação de que o vigor de sua liderança minguou", avalia Andy Tow, cientista político.
Se Larreta ganhar e houver alta participação (o voto é obrigatório e 2,5 milhões estão habilitados no quarto colégio eleitoral do país), Macri sai fortalecido no panorama nacional. Ele tem firmado alianças com grupos de centro e centro-esquerda para se tornar mais conhecido no interior.
As primárias argentinas envolvem todos os partidos simultaneamente e dão uma amostragem da eleição definitiva, considerando-se que os eleitores repitam seus votos. Na municipal, por exemplo, um eleitor kirchnerista ou independente pode votar em Michetti, do PRO, para impor uma derrota a Macri, hoje o principal candidato opositor na eleição nacional. "Essa é uma possibilidade cogitada pelos analistas, mas considero improvável e difícil de medir", avalia Mariel Fornoni, diretora da consultoria Managament & Fit.
As primárias nacionais ocorrerão em agosto. A última pesquisa do instituto Poliarquía coloca Macri com 27,3%, atrás do governador da Província de Buenos Aires, Daniel Scioli, provável candidato kirchnerista, com 33,4%. O terceiro colocado é Sergio Massa, um ex-kirchnerista que chegou a liderar a disputa, com 20,1%. O resultado da votação deste domingo deve ser conhecidos à noite.
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