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Polícia e MP devem investigar o crime organizado, diz Tatto

Jilmar Tatto, secretário municipal de Transporte de SP - Antônio Miotto/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Jilmar Tatto, secretário municipal de Transporte de SP Imagem: Antônio Miotto/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Em São Paulo

15/05/2015 08h23

O secretário municipal de Transporte, Jilmar Tatto, disse à promotora Karyna Mori que "a responsabilidade de apurar crime organizado é da polícia e do Ministério Público". Na quinta-feira (14), reafirmou a opinião ao jornal "O Estado de S. Paulo", ao dizer que a Prefeitura de São Paulo não tem a obrigação de impedir a infiltração de facções criminosas na operação dos ônibus da capital paulista.

Tatto disse que a prefeitura abriu mão de contratar as cooperativas e decidiu passar a gestão da frota para as novas empresas atendendo a um pedido das cooperativas. "Elas falaram que queriam virar empresas."

O secretário disse que uma auditoria nas contas do sistema de transporte também recomendou que a prefeitura optasse por não usar serviços de cooperativas. Tatto alegou ainda que as novas empresas tinham capacidade técnica necessária para operar o sistema. "Tanto que o sistema não parou."

Nota enviada por uma das empresas investigadas pelo Ministério Público Estadual contradiz o secretário: "A Transwolff informa que foi convidada pela SPTrans a assumir o contrato emergencial de operação do transporte coletivo em parte da zona sul de São Paulo, na área onde antes operava a Cooper Pam, e apresentou todos os documentos solicitados, entre eles a comprovação de que já presta o mesmo serviço de transporte coletivo no interior do Estado".

A Transwolff não foi relacionada a nenhum dos casos de violência citados pela promotoria, mas também é investigada.

Tatto afirmou que o momento atual é de transição e que o sistema de transporte poderá ser assumido por outras empresas, uma vez que a prefeitura assumiu um dos maiores custos do setor: a propriedade das garagens. "Vai poder vir gente (empresas) de fora", disse Tatto.

Violência

A reportagem tentou, durante toda a tarde de quinta-feira, localizar representantes das empresas Allianz, que ficou no lugar da Cooperativa Paulistana, e da Viação Transcap, antiga Unicoopers, que são citadas nas investigações sobre os casos de violência contra as testemunhas, mas nenhum deles foi encontrado. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".