Governo vai dar mais vistos a haitianos
Em reunião no Palácio do Planalto com o governador do Acre, Tião Viana (PT), a Casa Civil e o Itamaraty, Cardozo disse que pretende criar medidas em conjunto com esses três países para evitar a continuidade da "exploração dessas organizações criminosas". "Nós vamos também melhorar nossa coordenação com o Acre. Na medida em que essas organizações colocam a entrada pelo Estado, em condições lamentáveis, o Acre fica em situação vitimizada", argumentou o ministro.
Segundo ele, será melhorada a coordenação da situação de acolhimento e encaminhamento desses haitianos para outros Estados. "Há uma entrada ilegal organizada por coiotes, que faz com que as pessoas façam um percurso terrível, e peçam refúgio." O governo tem negado o refúgio e encaminhado os haitianos para obtenção de vistos de trabalho.
Cardozo explicou ainda que é possível absorver os haitianos que chegam ao Brasil, mas que é preciso punir quem oferece meios ilegais de ingresso no País. "Não podemos tratar as vítimas como vilões. Agora, que se cumpra a lei e se puna os verdadeiros criminosos."
Já o governador Tião Viana (PT) afirmou que mais de 38 mil haitianos passaram pelo Acre ilegalmente, o que gerou um gasto de R$ 25 milhões em quatro anos. Viana ressaltou que São Paulo recebeu menos de 30% dos imigrantes até agora. "São Paulo teve dificuldades com a chegada de 100, imagina nós, que tivemos de lidar com mais de 300 em dois dias."
Viagem
Dois dias após a suspensão do envio de haitianos do Acre para São Paulo pelas autoridades, ônibus em Rio Branco continuavam oferecendo a rota até a capital paulista ontem. Um ônibus da empresa Trans Brasil - com sede na cidade de Ouro Preto do Oeste, em Rondônia - estacionou próximo de um abrigo montado para receber os haitianos na capital do Acre e dois funcionários venderam passagens aos imigrantes.
Refugiados também buscavam passagens para outras cidades. Um aviso na frente do abrigo sugeria seis capitais: Porto Velho, Cuiabá, Campo Grande, Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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