PF investiga líder de protestos por intervenção militar
Zorowich, que mora em Santos, recebeu a intimação há cerca de dois meses para depor na semana que vem. O depoimento faz parte do inquérito 0161/15-4 instaurado pela Polícia Federal. A intimação não especifica o motivo da investigação.
Segundo ele, sua advogada apurou na Polícia Federal que o objetivo é enquadrar defensores da intervenção militar no artigo 23 da Lei de Segurança Nacional, que prevê pena de um a quatro anos de detenção para quem incitar "subversão da ordem política ou social" ou "animosidade entre as Forças Armadas ou entre estas e as classes sociais ou as instituições civis".
Procurada por meio da assessoria de imprensa, a PF se limitou a dizer que não comenta investigações em andamento.
Zorowich concentra sua atuação nas redes sociais, onde tem milhares de seguidores e publica mensagens nas quais pede a ação imediata das Forças Armadas para depor o governo do PT - e chega a vincular a presidente Dilma Rousseff a grupos criminosos como o PCC ou terroristas como o Estado Islâmico.
Para ele e seus seguidores, a tese do impeachment de Dilma defendida pela oposição é muito branda. Em uma dessas mensagens, sobre a Operação Lava Jato, escreveu: "Que indiciamento que nada, vamos derrubar o governo pela força das massas e com apoio dos quartéis".
Indagado se as postagens não se enquadram no incitamento proibido pela lei, Zorowich respondeu: "Não deixa de ser, não vou desmentir".
A Lei de Segurança Nacional foi criada durante a ditadura militar para dar cobertura legal às ações das forças de repressão que investigavam, prendiam e torturavam integrantes de grupos contrários ao regime.
A própria presidente Dilma Rousseff foi enquadrada na LSN ao ser presa em 1970, quando militava no grupo armado VAR-Palmares. "Não deixa de ser uma ironia que eu, defensor da intervenção militar, seja enquadrado em uma lei criada durante o regime", disse Zorowich.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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