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Governo ameaça cortar ponto e demitir grevistas da CPTM

Em São Paulo

03/06/2015 11h06

O secretário estadual dos Transportes Metropolitanos de São Paulo, Clodoaldo Pelissioni, ameaça cortar ponto dos funcionários da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) que estão parados nesta quarta-feira (3). O governo de São Paulo vai pedir à Justiça do Trabalho que decrete a ilegalidade da greve para até o fim do dia tentar retomar o funcionamento dos ramais.

Para Pelissioni, a greve é ilegal por não atender no mínimo 90% do efetivo na hora de pico. "A greve, neste momento, é ilegal. Esse tipo de serviço de transporte sobre trilhos é considerado serviço essencial. Mesmo fazendo paralisação, os sindicatos deveriam atender o mínimo de 90% na hora do rush. Só aí temos como caracterizar a greve como ilegal", disse o secretário.

Caso a Justiça acolha o pedido de considerar a greve ilegal, a CPTM vai, segundo o secretário, até demitir funcionários de sindicatos que pararam e cobrar uma multa de R$ 100 mil das entidades que representam os trabalhadores.

Segundo ele, a CPTM tem 9.000 funcionários, que se revezam em três turnos durante as 24 horas do dia - 500 aderiram à paralisação na manhã desta quarta-feira.

Pelissioni defendeu a proposta feita pela CPTM e criticou a decisão dos sindicatos de parar. "Em tempos de crise econômica e desemprego, é complicado atender todos os pedidos, mas estamos fazendo todos os esforços", afirmou. "Vamos cortar ponto, mas esperamos que isso não seja preciso", disse.

No ano passado, o ex-secretário Jurandir Fernandes adotou a mesma política com os funcionários do Metrô que pararam por cinco dias.

Negociações

Pelissioni disse que a queda de arrecadação causada por dificuldades financeiras influencia a negociação com os sindicatos dos ferroviários. "Além da reposição inflacionária, a Justiça do Trabalho sugeriu que os funcionários tivessem ganho de 1,5% (por produtividade). O governo concordou. Nesse momento de desemprego de muitos setores, é uma proposta bastante positiva diante do quadro em que vivemos", disse.

Região do ABC é uma das mais afetadas com a greve