Topo

População brasileira encolherá até 2100, aponta ONU

Ricardo Matsukawa / UOL
Imagem: Ricardo Matsukawa / UOL

Em Genebra e em São Paulo

29/07/2015 14h58

O Brasil terá uma população em 2100 inferior à que registra hoje. Dados divulgados nesta quarta-feira (29) pela Organização das Nações Unidas (ONU) revelam, pela primeira vez em cinco anos, novas estimativas para a população mundial durante o século 21. Se a previsão é de que o mundo passe dos atuais 7,3 bilhões de pessoas para 11,2 bilhões em 85 anos, o Brasil passará de 207 milhões registrados em 2015 para 200 milhões em 2100.

Da quinta maior população do mundo atualmente, o Brasil cairá para o 13º lugar no ranking em 2100, superado por Egito, Uganda, Etiópia. A sociedade brasileira também é apontada pela ONU como uma das grandes populações do mundo com baixas taxas de fertilidade nos próximos anos.

O encolhimento do país, porém, não ocorrerá imediatamente. Segundo as projeções, a população brasileira continuará a aumentar na primeira metade do século e, em 35 anos, atingirá seu ápice com 238 milhões de pessoas em 2047.

A partir de 2050, porém, o país começará a encolher diante de taxas de natalidade mais baixas e seguindo o padrão que já ocorre nos países ricos.

Assim, no ano de 2100, o Brasil somará 200 milhões de pessoas.

O Brasil não será o único a registrar tal comportamento. Na Colômbia, o país passará dos atuais 48 milhões de habitantes para 45 milhões em 2100. Os países ricos também mostrarão uma forte estabilidade.

População mundial

No resto do mundo, porém, a projeção é que a expansão demográfica será ainda maior do que se imaginava em 2010. Naquele momento, a estimativa era de que o planeta chegaria em 2050 com 9,6 bilhões de pessoas. Agora, a previsão é de 9,7 bilhões, 100 milhões a mais. Para 2100, o dado aponta para 11,2 bilhões.

Projeção estima que a população mundial alcançará 9,7 bilhões de pessoas até 2050, com maior crescimento nas regiões em desenvolvimento, especialmente na África, afirmam as Nações Unidas

Espera-se que a Índia se torne o país com a maior população, ultrapassando a China por volta de 2022, enquanto a Nigéria poderá ultrapassar os Estados Unidos até 2050.

"Compreender as mudanças demográficas que podem se desdobrar nos próximos anos, bem como os desafios e oportunidades que elas representam para que se alcance o desenvolvimento sustentável, é a chave para a elaboração e implementação de uma nova agenda de desenvolvimento", afirma o subsecretário-geral para Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas, Wu Hongbo.

De acordo com o relatório, intitulado Panorama da População mundial: a revisão de 2015, parte significativa do crescimento da população mundial pode ser atribuída a uma pequena lista de países com alta fertilidade, principalmente na África, e a países que já possuem um número populacional elevado.

Entre 2015 e 2050, a expectativa é de que metade do crescimento da população mundial esteja concentrado em nove países: Índia, Nigéria, Paquistão, República Democrática do Congo, Etiópia, Tanzânia, Estados Unidos, Indonésia e Uganda. Esse locais foram listados de acordo com a sua contribuição para o crescimento total.

Mudanças nos rankings populacionais

China e Índia são os dois maiores países do mundo, cada um com mais de 1 bilhão de pessoas, o que representa 19 e 18% da população mundial, respectivamente. Mas, até 2022, a população indiana deverá ultrapassar a chinesa.

Atualmente, entre os dez maiores países do mundo, um está na África (Nigéria), cinco estão na Ásia (Bangladesh, China, Índia, Indonésia e Paquistão), dois estão na América Latina (Brasil e México), um está na América do Norte (Estados Unidos) e um está na Europa (Rússia).

Desses, o índice populacional da Nigéria, que é o sétimo maior do mundo, tem crescido mais rapidamente. Consequentemente, estima-se que a população do país supere a dos Estados Unidos por volta de 2050, o que tornaria a Nigéria a terceiro maior nação do mundo.

A previsão aponta que seis países terão mais de 300 milhões de pessoas em 2050: China, Índia, Indonésia, Nigéria, Paquistão e Estados Unidos.