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Com prisão de Dirceu, senadores tucanos defendem investigação de Lula e Dilma

De Brasília

03/08/2015 12h00

Após a prisão do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu na manhã desta segunda-feira (3), senadores do PSDB defendem que as investigações priorizem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff. "O mesmo fundamento que embasou a condenação de Dirceu no mensalão, a teoria do domínio do fato, deveria conduzir a investigação de Lula e Dilma", disse o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP).

Alvaro Dias (PSDB-PR) também afirma acreditar que os desdobramentos da operação Lava Jato podem alcançar a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para ele, a prisão do ex-ministro José Dirceu na manhã desta segunda-feira faz a investigação chegar à cúpula do governo.

"Quando se chega a esse estágio de investigação, o que se pressupõe é que algo mais virá", indicou, destacando que Dirceu era o homem forte do governo Lula. "Ele esteve sempre no epicentro das ações políticas do PT e do governo desde o primeiro momento, quando o Lula o colocava como uma espécie do primeiro-ministro. Das lideranças petistas, é a de maior influencia."

O senador elogiou a atuação do Ministério Público, da Polícia Federal e da Justiça, ao afirmar que a Lava Jato está destruindo o conceito de que a atuação da Justiça atinge só os fracos. Para Dias, a prisão do ex-ministro fragiliza o governo. "A responsabilidade maior cabe aos governantes. Nesse caso, há uma relação direta do Dirceu com o Lula", afirmou. "O importante é a investigação chegar aos artífices principais, e não aos coadjuvantes".

Nesta manhã, responsáveis pela operação afirmaram que Dirceu, além de beneficiário da corrupção na Petrobras, foi agente da instituição do esquema na estatal quando era ministro da Casa Civil, passando pelo mensalão e pelo período em que ficou na prisão. "Quando essa informação vem da área responsável pela investigação, há sinalização de seriedade e da gravidade do caso", avaliou o Dias.

Segundo Nunes, a prisão do ex-ministro é um "duríssimo golpe" no PT, já que ele teve forte contribuição para que o partido conquistasse o poder.