Preso pela PF, gerente da Petrobras foi demitido por "justa causa"
Araripe foi preso preventivamente na manhã desta segunda-feira, 3, no Rio de Janeiro. Ele deixou a superintendência da Polícia Federal no Rio à tarde, onde embarcaria em voo comercial para Curitiba. Essa foi a única prisão executada no Rio nesta etapa da Operação, que prendeu também o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu.
Ele foi demitido na última semana por "justa causa", segundo nota da Petrobras. O diretor de governança da empresa, João Elek Junior, afirmou na última sexta-feira que as investigações internas identificaram cerca de 10 pessoas, entre funcionários e ex-funcionários, com suspeita de envolvimento em atividades ilícitas nos contratos da estatal. Em nota, a companhia informou que "Araripe não faz mais parte do quadro de empregados" e que "reitera seu compromisso de colaborar com as autoridades".
Engenheiro de formação, Araripe atuava na estatal na gestão de contratos de empreendimentos de grande porte, ligado à diretoria de engenharia da petroleira. Ele atuou nas contratações do Terminal de Cabiúnas III, recém inaugurada em Macaé, no Rio, e também sob suspeita de desvios. Araripe atuava com influência sobre a comissão de licitações dos projetos sob sua coordenação, e teria beneficiado empreiteiras a obter aditivos contratuais com a estatal. Em depoimento à PF no início de julho, o ex-gerente negou ter ingerência sobre os contratos ou ter recebido propina e repassado parte dos recursos ao ex-diretor Renato Duque.
Sua prisão foi pedida em função de delação premiada do executivo da empreiteira Camargo Correa, Eduardo Hermelino Leite. O delator descreveu em detalhes a corrupção ocorrida na construção da sede da Petrobras em Vitória, no Espírito Santo. Segundo a delação, o consórcio responsável pela obra era liderado pela Odebrecht, e simulou contratação de consultorias para repassar a Araripe e seus familiares cerca de R$ 1,4 milhão em propinas, entre 2010 e 2014.
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