Topo

Não vejo grande dificuldade na aprovação do Orçamento, diz líder do governo

31/08/2015 20h49

Brasília - O líder do governo da Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), disse que a presidente Dilma Rousseff iniciou há três semanas "um novo ciclo" no País, que é o do diálogo, que não acredita que haverá dificuldade da aprovação do Orçamento na Câmara e que não está preocupado com o "que a oposição está dizendo".

"Não estou vendo grande dificuldade na aprovação do Orçamento, ele é real, transparente, não está maquiado, reflete a realidade do Brasil. Não ouvi ninguém reclamando", disse, após participar de reunião de líderes da base reunião com a presidente, no Palácio do Planalto. "O que está em jogo no Orçamento é a economia brasileira. A oposição deveria parabenizar o governo pelo grau de transparência", afirmou.

A reunião com líderes aconteceu depois de o governo anunciar o envio do Orçamento de 2016 e do Plano Plurianual (PPA) ao Congresso. Segundo o documento entregue hoje ao parlamento, a previsão é de déficit fiscal de R$ 30,5 bilhões para o Orçamento do próximo ano. O anúncio foi feito pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e pelo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.

Segundo Barbosa, a peça orçamentária que foi entregue prevê um crescimento de 0,2% no próximo ano, com previsão de inflação de 5,4% e o salário mínimo de R$ 865,50. Além das lideranças, os ministros Levy, Barbosa e Aloizio Mercadante (Casa Civil) também participaram da conversa.

Na avaliação de Guimarães, a presidente Dilma traçou a peça orçamentária com "grandiosidade". "É um marco a transparência da peça orçamentária", avaliou, ressaltando que o orçamento preserva as conquistas dos últimos anos. Guimarães disse ainda que na busca por instituir o diálogo com os parlamentares e, que diferentemente do que a oposição manifestou, "o clima no Congresso está bom".

"É melhor a transparência na elaboração das medidas do que uma peça fictícia", disse. "Agora cabe ao Congresso entrar num debate de mérito como eu percebi que, pela prima vez vamos, vamos entrar", disse. O líder do governo afirmou que na reunião não foi tratado a questão das emendas parlamentares, mas confirmou que houve um apelo para que os parlamentares que mantenham os vetos presidenciais, que serão apreciados em sessão do Congresso nesta quarta-feira, 02, evitando assim novos gastos para a União.

A principal preocupação do governo é em relação ao veto a reajuste de 56% para servidores do Judiciário, o que implicaria um gasto adicional de R$ 25,7 bilhões até 2018. Pelas contas do ministério do Planejamento, a aprovação da medida significa impacto de R$ 1,5 bilhão em 2015, R$ 5,3 bilhões em 2016, R$ 8,4 bilhões em 2017 e R$ 10,5 bilhões a partir de 2018.

Retomada

Apesar da crise e do cenário negativo traçado no Orçamento de 2016, Guimarães afirmou que há sinais "evidentes" de retomada da economia e avaliou que o "o pior já passou". Ele citou redução na inflação e a alta nas exportações para justificar o otimismo.

"As exportações estão reagindo fortemente, há sinais positivos do estancamento da alta da inflação", afirmou o deputado. Guimarães avaliou ainda que a maior novidade no Orçamento de 2016 "são as medidas na área tributária e fiscal pra vencermos as dificuldades da economia do País", completou.