Cardozo bate boca com produtores rurais em reunião sobre conflito em MS
Segundo relatos de pessoas que participaram da reunião com Cardozo, o governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), fazendeiros e o comando do Exército, o ministro disse que o governo não admitiria mais violência quando uma produtora rural o interrompeu. "Não tenho medo de você", disse ela ao ministro.
Cardozo respondeu no mesmo tom. "Você não deve ter medo de mim, mas da lei".
A fazendeira continuou tentando interromper o ministro que, então, ameaçou usar a Polícia Federal para impedir incitações à violência.
"Neste momento qualquer manifestação de incitação será vista como crime e objeto de investigação. A Polícia Federal está orientada neste sentido. Não entrem neste tipo de postura. Ou pacificamos ou não há conversa. A lei será cumprida. Se a senhora continuar neste tom eu encerro a reunião. Não aceito qualquer tipo de ameaça", disse Cardozo.
A região conhecida como Ñande Rú Marangatú, na fronteira com o Paraguai, é palco de disputas há mais de três décadas. Desde 1983, pelo menos três lideranças indígenas foram mortos no local. O último deles foi o líder Guarani Kaiowá Simão Vilhaça, encontrado com um tiro na cabeça no último final de semana.
O espaço foi demarcado e homologado pelo governo como terra indígena, mas em 2005 o Supremo Tribunal Federal concedeu uma liminar caçando a decisão do governo. Nas últimas semanas os Guaraní Kaiowá, liderados por Vilhaça, decidiram invadir a área. Os fazendeiros da região reagiram tentando expulsar os indígenas à força. Desde então a Força Nacional está na região.
Depois do bate-boca com os produtores rurais, Cardozo se reuniu com lideranças indígenas. No domingo o ministro foi alvo de hostilidades de manifestantes anti-petistas quando caminhava pela avenida Paulista.
A Federação dos Agricultores de Mato Grosso do Sul (Famasul) foi procurada para comentar o caso mas até 19h30 nenhum representante da entidade foi encontrado.
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