Munição de arma usada em chacina é a mesma da Rota
Parte das munições, como revelou a reportagem na quinta-feira, 3, pertence a lotes comprados pela Polícia Militar de São Paulo, pela Polícia Federal e pelo Exército Brasileiro, entre 2006 e 2008. A confirmação foi feita pela Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) em relatório encaminhado à Corregedoria da PM, com o código DICOM 0986/15.
Segundo integrantes da força-tarefa que investiga o caso, as cápsulas apreendidas eram usadas pela PM paulista há cerca de dez anos, nas submetralhadoras de modelo Beretta. Apenas policiais de grupos especializados, como a Força Tática e as Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) tinham acesso ao armamento.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que não vai comentar o caso, porque as investigações são sigilosas. A Polícia Federal disse que ainda não foi comunicada oficialmente sobre o fato e faltam informações no documento que possam levar a uma pesquisa mais detalhada e a eventuais providências da instituição.
O Exército afirmou que o lote comprado, em 2007, foi desviado em 2012 da Base de Administração e Apoio do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo. Um militar foi identificado e acabou preso por causa do crime.
Carro prata
A chacina ocorreu em 13 de agosto, em Osasco e Barueri, na região metropolitana de São Paulo. Esta semana, os investigadores descobriram que um carro prata, modelo Sandero, usado pelos criminosos no primeiro ataque realizado em Osasco - que foi visto por uma testemunha -, pode ser o mesmo utilizado pelos assassinos em Barueri.
Lá, o veículo foi filmado por câmeras de segurança. A principal suspeita é de que PMs e guardas municipais sejam os responsáveis pelos crimes. O motivo seria as mortes do policial militar Avenilson Pereira de Oliveira, em Osasco, e do guarda-civil Jeferson Rodrigues da Silva, na vizinha Barueri, em assaltos dias antes da chacina.
Até agora, apenas o PM Fabrício Emmanuel Eleutério, da Rota, está preso. A força-tarefa do Estado investiga outros 17 PMs, 1 segurança e 4 GCMs. Anteontem, a Justiça Militar decretou segredo nas investigações. A Justiça comum fez o mesmo na semana passada.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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