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Roseana Sarney acusa sucessor de 'ódio e perseguição'

Ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PMDB) - Beto Macário/UOL
Ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PMDB) Imagem: Beto Macário/UOL

Em São Paulo

28/09/2015 16h21

A ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PMDB) classificou de 'absurda' a prisão de João Abreu, chefe da Casa Civil de sua gestão (2009/2014). Sob suspeita de ter recebido propina de R$ 3 milhões para facilitar a liberação de um precatório de R$ 134 milhões para a empreiteira UTC/Constran, Abreu foi preso na sexta-feira, 25, quando desembarcava no Aeroporto Internacional de São Luís, procedente de um voo de São Paulo.

Em nota pública divulgada no sábado, 26, Roseana saiu em defesa de seu aliado. Enfática, a ex-governadora manifestou 'indignação'. Ela avalia que o Maranhão vive 'um clima de ameaça, perseguição e intolerância'. Roseana afirma que João Abreu é 'empresário exemplar, chefe de família respeitável, incapaz de praticar atos de que lhe acusam'. "Estamos estarrecidos com a absurda prisão do ex-secretário da Casa Civil, João Abreu", declara Roseana Sarney.

Ela aponta diretamente para seu sucessor, o atual governador maranhense Flávio Dino (PCdoB). "O governador venceu as eleições para governar e promover a justiça social e não para criar esse clima ideológico de perseguição. Mas gasta seu tempo fazendo o que lhe é mais agradável, odiando, perseguindo, distribuindo culpas aos que não lhe são simpáticos e apalpando as culpas dos culpados que o aplaudem."

Roseana acredita que a prisão de seu ex-homem forte 'faz parte de um plano de perseguição para constrangê-la e às pessoas que com ela trabalharam'. Ela diz que querem 'gerar espetáculos midiáticos que desviem a atenção da opinião pública para a paralisação em que se encontra o Maranhão'.

O precatório milionário é alvo da Operação Lava Jato. Um dos investigados pela Polícia do Maranhão é o doleiro Alberto Youssef, peça central do esquema de corrupção que se instalou na Petrobras entre 2004 e 2014. Ele foi preso no dia 17 de março de 2014 em São Luís, supostamente ao entregar a propina a um 'emissário' do governo Roseana.

As investigações do caso começaram na sede da força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba, mas a defesa recorreu e conseguiu que o caso fosse encaminhado para a Justiça estadual no Maranhão. O ex-secretário responde a inquérito ao lado do doleiro Alberto Youssef, Rafael Ângulo Lopes e Adarico Negromonte Filho, suspeitos de operar os pagamentos e o corretor Marco Antonio Ziegert, o Marcão, suposto elo entre Youssef e o governo do Maranhão.

Roseana diz que 'não há nada de irregular' no negócio sob suspeita da Polícia de seu Estado. "É fato que existe uma citação de um dos acusados presos pela Lava Jato referente a um precatório que foi objeto de ação rescisória ajuizada pelo Ministério Público do Maranhão em 27 de agosto de 2013", assinala a ex-governadora. "Cabe ressaltar que, quando foi objeto da ação rescisória, o caso estava em primeiro lugar na lista de precatórios. Era uma ação de indenização proposta por uma empreiteira, há mais de 25 anos, contra o Estado do Maranhão. Não há nada de irregular nesse acordo, aprovado por todos os órgãos estaduais e homologado pela Justiça."