Topo

Polícia investiga morte de geógrafa na zona norte do Rio

07/10/2015 18h44

A Polícia Civil do Rio considera improvável a hipótese de crime passional para explicar o assassinato da geógrafa Priscila de Góes Pereira, de 38 anos. Morta a tiros por um homem encapuzado na última segunda-feira em Maria da Graça, na zona norte, a pesquisadora foi enterrada ontem no cemitério Memorial do Carmo, no Caju, região portuária. Relatos de pessoas próximas à vítima apontam para possibilidade de o crime ter relação com corrupção.

Segundo policiais, Priscila mantinha bom relacionamento com seus dois ex-maridos - ambos foram ao enterro, ontem. O psicoterapeuta Horácio Ramasine, com quem Priscila fazia sessões periódicas, contou, em postagem na rede social Facebook, que havia atendido à paciente três dias antes do crime e ela havia demonstrado preocupação com o trabalho.

"Eu a alertava com os seus afrontamentos no trabalho quando ela primava pelo correto e contra a corrupção lá! Ela estava preocupada", escreveu o psicoterapeuta, que não quis dar mais detalhes à imprensa, mas será convocado para prestar depoimento à Delegacia de Homicídios do Rio.

Divorciada, mãe de uma menina de 5 anos e funcionária de um consórcio de empresas que presta serviço para a Secretaria estadual do Ambiente do Rio, Priscila estava no carro que usava, um Renault Logan, parada em um estacionamento na rua Antônio de Freitas. O local é vizinho da estação Maria da Graça do metrô, onde, seguindo sua rotina, a pesquisadora tomaria um trem para o trabalho. Um homem entrou no estacionamento a pé, disparou sete tiros contra a mulher e fugiu. Priscila morreu no local.

Ontem, o primeiro marido de Priscila, Celso César Leite dos Santos, contou que eles se conheceram quando Priscila tinha 18 anos, e moraram juntos durante sete anos. Ele diz não ter dúvidas de que o assassinato tem relação com a situação dela no trabalho.

Celso relatou um momento profissional anterior de Priscila, que atualmente era assessora de planejamento do Consórcio SCC. "Ela foi trabalhar uma época em Brasília e voltou com medo. Disse que não poderia continuar naquele local, pois acabaria sobrando para ela. Priscila relatava que o ambiente de trabalho era muito pesado e corrupto e que isso a amedrontava", afirmou, durante o enterro.

Celso afirmou ter se tornado amigo também de Bruno Palmieri, segundo marido de Priscila e pai da filha dela.

Bruno contou que até agora a filha não sabe da morte da mãe. "Devo contar no fim de semana. Ela vai ter acompanhamento de um psicólogo porque ainda é muito pequena", afirmou.