ONU prevê aumento de até 2,7°C na temperatura global nos próximos 85 anos
A um mês do início da Conferência de Paris, a Convenção do Clima da Organização das Nações Unidas divulgou na sexta-feira (30), em Berlim, um relatório sobre as contribuições que a maioria dos países apresentou para reduzir o problema das mudanças climáticas.
Em linhas gerais, de acordo com a análise, se o mundo cumprir o que está prometendo, conseguirá evitar um futuro dramático. Mas ainda está longe longe de ficar abaixo dos 2°C (limite considerado seguro). Os cálculos indicam avanço de 2,7°C nos próximos 85 anos.
O tom relativamente otimista do relatório faz certo sentido. É a primeira vez que tantas nações se comprometem a tomar ações para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e, assim, tentar frear o aquecimento global.
Até 1º de outubro, 146 países apresentaram as chamadas INDCs (conjunto de compromissos). Juntos, respondem por 86% das emissões de gases de efeito estufa do planeta.
De acordo com a análise feita pela convenção, considerando o agregado das propostas --e que todas sejam plenamente cumpridas--, em 2030 o mundo poderá ter deixado de emitir quatro gigatoneladas de carbono. Com essas ações, a média de emissões per capita também cairá 9% até aquele ano.
A análise não mediu o que isso significaria em termos de temperatura, mas a secretária executiva da convenção, Christiana Figueres, disse que a estimativa bate com outra feita pela IEA (Agência Internacional de Energia), que chegou a números semelhantes à previsão de quatro gigatoneladas e daí extrapolou que o aumento da temperatura pode ficar em cerca de 2,7°C até o fim do século.
"É muito boa notícia. Sem as INDCs estaríamos no caminho de 4°C ou 5°C. Mas ficar abaixo de 3°C é diferente de ficar abaixo de 2°C. É um passo notável, mas ainda não é suficiente", alertou.
"É uma mensagem positiva com um ‘porém’", afirmou Jochen Flasbarth, ministro do Meio Ambiente da Alemanha, que também participou da coletiva. "É essencial ver os dois lados da moeda. Isso prova que os países podem fazer a diferença, mas ainda não estamos onde deveríamos estar. E não vamos aceitar algo acima de 2°C." As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
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