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Revista diz que pré-candidato a prefeito do Rio ameaçou sumir com a filha

Pedro Paulo Carvalho Teixeira, pré-candidato à Prefeitura do Rio pelo PMDB - Severino Silva/Agência O Dia/Estadão Conteúdo
Pedro Paulo Carvalho Teixeira, pré-candidato à Prefeitura do Rio pelo PMDB Imagem: Severino Silva/Agência O Dia/Estadão Conteúdo

Do Rio de Janeiro

19/11/2015 18h36

Mais um episódio de violência e ameaça praticada contra a ex-mulher pelo secretário municipal de Coordenação de Governo do Rio e pré-candidato à Prefeitura do Rio em 2016 pelo PMDB, Pedro Paulo Carvalho Teixeira, de 43 anos, foi divulgado na quarta-feira, 18. É o terceiro caso - os outros dois ocorreram em 26 de dezembro de 2008 e 6 de fevereiro de 2010. Este, divulgado pela revista "Época", foi registrado em 4 de agosto de 2010, cerca de seis meses após o casal se separar.

Naquele dia, a ex-mulher de Pedro Paulo, a turismóloga Alexandra Marcondes, de 34 anos, foi à 16ª Delegacia de Polícia (DP), na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio), e contou que era ameaçada "constantemente" pelo ex-marido.

Segundo Alexandra, Pedro Paulo não aceitava a separação nem respeitava as datas estipuladas pela Justiça para estar com a filha do casal, então com quatro anos. A Justiça havia autorizado Pedro Paulo a visitar a criança uma vez por semana e ficar com ela em finais de semana alternados.

Segundo o boletim de ocorrência da DP, Pedro Paulo "diariamente liga para a declarante [Alexandra] e para a mãe da mesma, dizendo que vai tirar a guarda da criança e sumir com ela". Alexandra contou à Polícia Civil que, no dia anterior (3 de agosto de 2010), o ex-marido foi ao prédio onde ela morava, entrou sem autorização e começou a chutar a porta do apartamento dela. Ele só foi embora quando Alexandra ameaçou chamar a polícia, informa o registro policial.

No dia 4 de agosto, de acordo com o registro, Pedro Paulo voltou ao apartamento de Alexandra, chutou novamente a porta e disse que "domingo, Dia dos Pais, iria pegar a criança e sumir com ela". Seguranças do prédio tiveram que intervir. O caso gerou um inquérito, mas não há informação sobre a sequência da investigação.

Em relação ao episódio divulgado na quarta-feira, Pedro Paulo divulgou nota em que "reitera que os episódios da sua difícil separação (...) já foram esclarecidos publicamente por ele e por sua ex-mulher" e que "não tem nada mais a comentar".

Embora mantido pré-candidato peemedebista por seu padrinho político, o prefeito Eduardo Paes (PMDB), Pedro Paulo encontra-se em situação muito delicada, a partir da revelação do histórico de violência familiar. O PMDB-RJ contratou pesquisa na tentativa de avaliar o impacto no eleitorado da revelação de que o pré-candidato espancou a ex-mulher ao menos em duas ocasiões. Os resultados da pesquisa devem estar prontos no próximo fim de semana.

Outros casos

O primeiro episódio de violência envolvendo Pedro Paulo foi divulgado pela revista "Veja" e ocorreu em 2010. Durante uma discussão, o político atacou a mulher a socos e quebrou um dente dela. O pré-candidato a prefeito falou sobre o caso pela primeira vez em entrevista publicada em 5 de novembro na "Folha de S. Paulo". Ele admitiu a agressão e disse ter sido um episódio único.

Em 12 de novembro, no entanto, a revista "Época" divulgou outra agressão praticada por Pedro Paulo. Em 2008, durante uma visita do casal à família de Alexandra em São Paulo, o casal discutiu dentro do carro e o político - deputado federal licenciado - a espancou na frente da filha.

No próprio dia 12, Pedro Paulo concedeu entrevista coletiva em que compareceu acompanhado pela ex-mulher. Ambos confirmaram os episódios de agressão, que classificaram como normais. Alexandra negou que o ex-marido fosse agressivo e acusou a imprensa de sensacionalismo.