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Denúncia sobre propina do BTG Pactual é absurda, diz Cunha

Presidente da Câmara usou o Twitter para negar repasse do banco de André Esteves - Ed Ferreira/Folhapress
Presidente da Câmara usou o Twitter para negar repasse do banco de André Esteves Imagem: Ed Ferreira/Folhapress

Em Brasília

30/11/2015 00h02

Em uma série de posts no Twitter, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), negou ter recebido propina para beneficiar o BTG Pactual, de André Esteves, preso pela Polícia Federal na quarta-feira (25) no âmbito da Operação Lava Jato. "É um verdadeiro absurdo e parece até armação", escreveu.

Um documento colhido pelos investigadores da Operação Lava Jato aponta suposto pagamento de R$ 45 milhões em propina a Cunha para alterar uma medida provisória que beneficiaria o banco BTG Pactual. 

Cunha se disse "revoltado" com a divulgação da informação, que classificou de "absurda". "Amanhã qualquer um anota qualquer coisa sobre terceiros e vira verdade?", questionou.

Cunha argumentou que apresentou duas emendas a essa medida provisória, mas ambas foram rejeitadas. Uma seria para acabar com o exame da OAB e a outra, segundo ele, para tirar justamente "a possibilidade do tal benefício que me acusam de aprovar".

O deputado criticou o fato de uma "anotação" ser transformada em acusação. Também disse que não conhece as pessoas citadas nos escritos, inclusive o assessor de Delcídio. "Desafio a encontrarem qualquer participação minha em suspeição dessa MP. Desafio a provarem qualquer emenda minha que tenha sido aprovada nessa MP. Desminto o fato e coloco sob suspeição essa anotação".

BTG nega pagamento de propina a Cunha

O BTG Pactual, em nota, informou que "nega veementemente a realização de qualquer tipo de pagamento para suposto benefício" e que está à disposição das autoridades para prestar os esclarecimentos necessários. O banco alega que as mudanças propostas pela medida provisória não se aplicam a instituições financeiras liquidadas antes de 1º de janeiro de 2014, caso dos bancos Bamerindus e Nacional.

O advogado de Diogo Ferreira, Délio Lins e Silva, afirmou que não teve acesso à decisão que determina a prisão preventiva de seu cliente, tampouco aos seus fundamentos. Ele justificou, por esse motivo, não poderia se manifestar.