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Defesa de historiador diz que Lula é "avesso à liberdade de expressão"

De São Paulo

01/12/2015 17h21

O advogado Luís Francisco Carvalho Filho disse nesta terça-feira (1º) que estuda a possibilidade de ingressar com um habeas corpus para trancar a ação penal aberta pela Justiça de São Paulo a pedido do ex-presidente Lula contra o historiador Marco Antônio Villa, comentarista da TV Cultura e da Rádio Jovem Pan.

Carvalho Filho alega "falta de justa causa" para a ação. "O Villa se limitou a exercer o direito de crítica. A reação do presidente Lula é absolutamente descabida, reação de alguém que, mais uma vez, se revela avesso à liberdade de expressão", assinala o advogado do historiador.

A queixa-crime foi proposta pela defesa de Lula que atribuiu a Villa calúnia, injúria e difamação. Os advogados do ex-presidente sustentam que o historiador fez "afirmações caluniosas" no Jornal da Cultura, edição de 20 de julho. "No referido comentário, Villa disse que o ex-presidente 'mente, mente', que é 'culpado de tráfico de influência internacional', além de 'réu oculto do mensalão', 'chefe do petrolão', 'chefe da quadrilha' e teria organizado 'todos os esquemas de corrupção'", afirmam os advogados de Lula.

A ação foi aberta dia 25 de novembro pelo juiz André Carvalho e Silva de Almeida, da 30ª Vara Criminal da Capital.

O advogado de Villa disse que a decisão judicial o surpreendeu. "Sim, porque eu imaginava que em uma questão como essa a liberdade de imprensa falasse mais alto, que a liberdade de imprensa fosse um elemento que vingasse nesse momento processual."

"A essência da fala do Villa, do historiador e do comentarista, é de que tudo deve ser investigado, tanto as ações pessoais do ex-presidente como a de seus familiares e amigos", pondera Carvalho Filho. "Estamos estudando a possibilidade de ingressarmos com um habeas corpus para trancar a ação penal."