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Justiça solta PM acusado de participar de chacina da Pavilhão 9

De São Paulo

08/12/2015 20h25

A Justiça de São Paulo revogou a prisão preventiva do policial militar Walter Pereira da Silva Junior, acusado de participar da chacina que deixou oito mortos, na sede da torcida corintiana Pavilhão 9, em abril, em São Paulo.

Na sexta-feira, 4, a defesa pediu a liberdade do PM depois da audiência do processo alegando falta de provas. O promotor Rogério Zagallo e a juíza substituta que presidiu a sessão concordaram. Silva Júnior foi solto na segunda-feira (7).

A decisão não agradou os familiares das vítimas, que acusam o promotor Zagalllo de simpatizar com policiais envolvidos em execuções e ignorar o fato de Silva Junior estar envolvido em uma chacina ocorrida em Carapicuíba, em 2013, com 12 mortos. A Defensoria Pública vai entrar com recurso para tentar reverter a decisão.

Segundo o promotor, as provas contra Silva Júnior são frágeis. "Temos uma testemunha protegida que deu quatro depoimentos diferentes e chegou a reconhecer um policial morto, em 2010, como participante da chacina. No caso do acusado, a testemunha o reconheceu na delegacia, mas não o reconheceu em juízo e, antes do primeiro reconhecimento, afirmou que não tinha condições de fazê-lo. A outra prova é uma denúncia anônima que não se sustenta tecnicamente", disse Zagallo, que nega as acusações.

"Se tivessem 99 processos com provas contra o Fernandinho Beira-Mar por qualquer crime, eu pediria as condenações. Mas, se no 100º caso, não houvesse provas, eu pediria a absolvição. É para isso que sou promotor de Justiça", afirmou.

O ex-PM Rodney Dias dos Santos, apontado como mandante, permanece preso.