Em reunião com Jaques Wagner, Renan pede consideração e interlocução com governo
O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, reuniu-se nesta terça-feira (22) à noite com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), no último dia de trabalho Congresso. A visita de Wagner ocorreu algumas horas após o ministro ter dito que a quebra dos sigilos fiscal e telefônico de Renan, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), não altera a relação do peemedebista com o governo.
"A quebra de sigilo de Renan não interfere na relação dele com o Planalto", minimizou Wagner, durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto. Para o ministro, pelo menos na fotografia de hoje, a relação entre Dilma e Renan é "muito boa", mas ressalvou que esse tipo de vínculo "nunca é totalmente estável".
Wagner esteve na residência oficial do presidente do Senado em Brasília durante cerca de uma hora. O encontro, a sós, não constou da agenda oficial das duas autoridades. Na conversa, conforme relatos feitos ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, Renan pediu "consideração" e interlocução com o governo.
Pediu também apoio para levar adiante seu pacote econômico, materializado na Agenda Brasil. O ministro teria se colocado à disposição para ajudá-lo. Não se sabe se os dois conversaram sobre a situação de Renan na Operação Lava Jato - as investigações têm se aproximado dele, que responde a seis inquéritos.
Desde o meio do ano, o Palácio do Planalto priorizou a relação com o presidente do Senado como forma de fazer um contraponto ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), rompido com o governo desde então. O cacife de Renan no governo subiu desde que o Supremo decidiu que cabe ao Senado arquivar uma eventual decisão da Câmara de admitir o processo de impeachment.
O peemedebista também tem sido prestigiado pelo Planalto após discutir publicamente com o vice-presidente e presidente do PMDB, Michel Temer, no episódio da suposta interferência dele na disputa pela liderança do PMDB da Câmara, cargo estratégico para a comissão especial do impeachment.
Na semana passada, pouco após se reunir com Dilma e Wagner no Palácio da Alvorada, Renan já se posicionou publicamente contra decisão de Cunha de admitir a abertura do processo de impedimento. Por outro lado, o governo, nos bastidores, considera que Cunha e Temer se uniram para derrubar Dilma. O maior temor do presidente do Senado, contudo, é que os desdobramentos da Lava Jato possam inviabilizá-lo politicamente.
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