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"Perdi a metade de mim", diz pai de menino de 11 anos baleado no Rio

Marcos Vinícius dos Santos, de 11 anos, foi morto em tiroteio na Cidade de Deus, no Rio - Band
Marcos Vinícius dos Santos, de 11 anos, foi morto em tiroteio na Cidade de Deus, no Rio Imagem: Band

No Rio de Janeiro

24/12/2015 11h07

Duas pessoas morreram, entre elas uma criança, durante tiroteio na noite desta quarta-feira (23) na favela Cidade de Deus, no bairro de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro. A polícia suspeita de execução, mas informa que é preciso esperar a conclusão das investigações.

De acordo com testemunhas, homens a bordo de um carro preto entraram na comunidade atirando.

Marcos Vinicius dos Santos, de 11 anos, foi socorrido por parentes após ser atingido por um dos tiros. A segunda vítima não teve a identidade revelada. Os dois foram levados para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Cidade de Deus, mas não resistiram aos ferimentos.

Marcos Vinicius ajudava o pai, feirante, numa barraca de frutas. Ele tentou se proteger e correu. Foi baleado nesse momento. O tiro atravessou o braço e atingiu o peito da criança. "Perdi a metade de mim. Mataram uma criança, um anjo", disse o pai do menino, o feirante Marcos dos Santos, em entrevista ao "Bom dia Rio", da TV Globo. "Os caras chegaram atirando em todo mundo, até em criança que estava na rua."

Outras duas pessoas ficaram feridas --um adolescente e uma mulher-- e foram atendidas no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, também na zona oeste da cidade.

Segundo o comando da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) instalada na comunidade, os policiais foram chamados por moradores que disseram ter ouvido os disparos na rua Josafá, dentro da favela, e relataram que havia baleados.

Depois das mortes, moradores fizeram protesto e atearam fogo em lixo. O Centro de Operações Rio informou que a rua Edgard Werneck e a estrada Marechal Salazar Mendes de Moraes ficaram fechadas por quase três horas, na noite de quarta-feira.

O Batalhão de Policiamento de Choque (BPChoque) reforçou a segurança no local. A Divisão de Homicídios (DH) da Polícia Civil assumiu a investigação do caso.