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Petróleo é preocupação para todos os países, diz Dilma ao falar sobre Petrobras

15/01/2016 14h03

Brasília - Em meio à queda do preço do petróleo, a presidente Dilma Rousseff evitou responder se o governo ajudará a Petrobras, caso a companhia precise se capitalizar. Segundo a presidente, o governo não descarta que vá "ser necessário fazer uma avaliação se esse processo (de deterioração do cenário internacional) continuar".

Na avaliação da presidente, não é só a Petrobras que vai ter que pensar no que vai fazer, mas todas as economias, inclusive a americana. Sobre o que cada um fará baseado no atual preço petróleo, Dilma avalia que o tema será algo que vai ser objeto de uma imensa discussão e que não afeta exclusivamente a estatal.

"A Petrobras é uma das maiores empresas desse país, o governo sempre estará preocupado com a Petrobras, principalmente quando os fatores que levam a essa situação são exógenos a ela, que ela não controla", disse.

A presidente reconheceu que o preço do petróleo a níveis mais baixos será sempre preocupante, mas que as ações do governo ocorrerão em função do cenário nacional e internacional. Dilma citou a capacidade da Petrobras de se adaptar às dificuldades. "A Petrobras tem força para se manter, ela produz petróleo a preço muito baixo se você fizer a cesta dela toda", disse.

Pré-sal

Para a presidente, certamente o governo tem interesse em fazer leilão dos blocos de exploração. Agora, porém, não é o momento. "Talvez poços menores. Nós estamos olhando isso, naqueles poços de terra, menos rentáveis, que o nível de perda não é grande", disse.

A presidente reforçou que, com o petróleo valendo US$ 30, ninguém faz leilão de bloco de exploração de petróleo. "Se o preço do petróleo continuar caindo, todo mundo vai rever o que fazer, mas o pré-sal, em princípio, é viável", destacou.

Pedaladas

Na entrevista dada a jornalistas na manhã desta sexta-feira, 15, Dilma não reconheceu que o governo tenha cometido erro com as chamadas pedaladas fiscais. A presidente comparou a situação vivida no ano passado ao período em que os brasileiros não tinham a obrigatoriedade, por lei, de usar cinto de segurança.

"Nós não reconhecemos o erro porque, quando o cinto de segurança não era previsto na legislação, os 200 milhões de brasileiros não estavam cometendo nenhum equívoco. Simplesmente a legislação não previa. A mesma coisa aconteceu com o governo. A legislação não previa e como o Tribunal começou a prever, não queremos entrar nesse tipo de disputa, então pagamos", explicou.

Dilma destacou que o governo pagou "tudo" o que o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou que era devido às instituições de crédito, entre eles BNDES, Caixa e FGTS. "O governo pagou isso não porque reconheça qualquer erro na questão da forma pela qual nós estávamos atuando", enfatizou.