Odebrecht vem retirando alvos da Lava Jato de alcance, diz procurador
"Há indícios de que essa empresa vem retirando eles do alcance das autoridades", afirmou o procurador, durante entrevista coletiva, na sede da Polícia Federal, em Curitiba, na manhã desta segunda-feira, 22.
Os cinco alvos devem entrar na lista vermelha da Interpol, segundo o delegado da PF Igor Romário de Paula. "Os cinco devem entrar em divisão vermelha para procura e captura no exterior."
Segundo o delegado, a Operação Acarajé - nome da 23ª fase da Lava Jato - chegou a ser adiada, porque havia informação de retorno do casal de marquteiros ao Brasil no sábado, mas João Santana e sua mulher Mônica acabaram adiando a volta.
A força-tarefa revelou "novas provas do possível envolvimento do empresário Marcelo Bahia Odebrecht em novos crimes graves, e de que tinha controle sobre os pagamentos feitos no exterior por meio de offshores, as quais ele geria por intermédio pessoas a ele subordinadas e ligadas, direta ou indiretamente, à Odebrecht.
Entre os alvos que tinham controles de contas no exterior da Odebrecht estão Hilberto Mascarenhas Alves Silva Filho e Luiz Eduardo Rocha Soares.
"Suspeita-se que Hilberto Mascarenhas Alves Silva Filho e Luiz Eduardo Rocha Soares, os quais tiveram vínculo formal com a Odebrecht, controlam, em conjunto com outras pessoas, como Fernando Miggliaccio da Silva, a utilização das contas offshores que fizeram pagamentos ocultos no exterior por ordem do Grupo Odebrecht."
Segundo os procuradores da Acarajé, 'dentre essas contas usadas estavam as da Klienfeld e da Constructora del Sur'.
"Há indicativos de que Luiz Eduardo e Fernando Migliaccio chegaram a se evadir do País pouco tempo após as buscas e apreensões feitas sobre a empresa em 19 de junho de 2015, suspeitando-se que no caso de Fernando isso tenha acontecido por orientação superior da empresa, a qual pagou suas despesas de mudança e manutenção no exterior."
Uma delas, a Klienfeld foi uma das que pagou valores no exterior (Estados Unidos e Inglaterra) para a conta secreta de João Santana em nome da offshore Shellbill Finance S.A. - que recebeu US$ 3 milhões entre 2012 e 2013, supostamente em benefício do PT, oriundos da Odebrecht.
Entre os pagamentos identificados consta um realizado em 11 de julho de 2012, de US$ 1 milhão, outro em 4 março de 2013, de US$ 700 mil e outro de US$ 800 mil. "Somando foram depositados por offshores empregadas pela Odebrecht US$ 3 milhões em favor de João Santana", explicou o delegado Filipe Hile Pacce.
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