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Vale vai fazer auditoria externa em todas as suas barragens no Brasil

Lama persiste em dezembro em Paracatu (MG) após o rompimento de barragem em Mariana no mês anterior - Lucas Lacaz Ruiz/Estadão Conteúdo
Lama persiste em dezembro em Paracatu (MG) após o rompimento de barragem em Mariana no mês anterior Imagem: Lucas Lacaz Ruiz/Estadão Conteúdo

No Rio

24/02/2016 09h48

A tragédia na Samarco acendeu o sinal de alerta na Vale. A mineradora está fazendo uma nova auditoria de todas as suas 168 barragens no país. O jornal "O Estado de S. Paulo" apurou que a varredura atende a uma recomendação de seu conselho fiscal, como decorrência do rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana (MG), que deixou 17 mortos e dois desaparecidos há pouco mais de três meses. O trabalho deve ser encerrado em março. A ideia é que no futuro a companhia estenda a auditoria externa às barragens de suas operações internacionais.

Logo após o rompimento da Barragem de Fundão, em 5 de novembro, a Vale divulgou a verificação detalhada das condições estruturais de 115 das barragens mais relevantes da empresa. Segundo a mineradora, na época nenhuma alteração foi detectada. Essa foi uma auditoria extraordinária, já que uma verificação anual havia sido concluída em setembro.

A nova inspeção, mais abrangente, está sendo feita por especialistas externos. O objetivo é também verificar se há melhorias que possam ser feitas nos processos de acompanhamento das barragens. À exceção do acidente da controlada Samarco, a Vale nunca enfrentou problemas em suas barragens próprias. Procurada, a mineradora não se pronunciou.

As barragens de rejeitos da Vale são divididas por níveis de risco, que determinam a periodicidade em que devem ser auditadas. Diante da dimensão do acidente ocorrido com a Samarco - sociedade entre Vale e BHP Billiton -, entretanto, o conselho insistiu que a companhia fizesse um mapeamento conjunto de todas elas.

Carajás

O principal investimento da Vale em curso, o S11D, em construção em Carajás, no Pará, não usará barragem de rejeitos. O projeto orçado em US$ 14,4 bilhões é o maior da história da companhia, produzirá 90 milhões de toneladas de minério por ano e entra em operação no fim de 2016. Nele o beneficiamento do minério será feito a seco, ou seja, sem necessidade de usar água no processo industrial.

Com a adoção do processo a seco, o ultrafino de minério com alto teor de ferro, que iria para a barragem, não será descartado, permitindo que, em três décadas de vida útil da mina, 300 milhões de toneladas sejam incorporados à produção. Ou seja, quase um ano de produção da Vale - em 2015, a mineradora teve produção de minérios de 345 milhões de toneladas - deixará de virar rejeito da exploração em Carajás. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".

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