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Doria diz que adversários estão querendo ganhar prévia 'no tapetão'

Em São Paulo

29/02/2016 03h27

O empresário João Doria, pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, afirmou, no fim da noite deste domingo (28), que seus adversários na prévia tucana estão querendo ganhar a indicação do partido "no tapetão".

"O que estão querendo fazer é ganhar no tapetão. Eles estão vendo que a situação dos nossos adversários, que merecem respeito, mas a situação deles não é boa na apuração e a expectativa também não é boa, então querem utilizar o tapetão e não vai funcionar. O que vai funcionar aqui é o voto", afirmou Doria, confiante no resultado das urnas.

Neste domingo, o ex-governador Alberto Goldman e o presidente do Instituto Teotônio Vilela, José Aníbal, respectivamente aliados de Andrea Matarazzo e de Ricardo Trípoli, entraram com uma petição pedindo que o diretório municipal cancele a inscrição de Doria nas prévias.

O documento também pede sanções a Doria como filiado do PSDB. A petição alega que houve abuso de poder econômico e propaganda irregular na campanha do empresário, com uso de boca de urna, uso de coletes por militantes dentro de zona de votação, transporte "em massa" de filiados para os pontos de votação.

"Não tem nenhuma procedência, não tivemos nenhuma medida equivocada, fizemos absolutamente tudo dentro rigorosamente das regras do partido. As prévias não são reguladas pela legislação eleitoral, são reguladas pelo partido", respondeu o pré-candidato.

Aliados

Doria trouxe com ele, para rebater a petição dos aliados de seus adversários, uma equipe de peso. Estavam a seu lado o vice-presidente estadual do PSDB, Evandro Losacco, Julio Semeghini, chefe do escritório do governo Alckmin em Brasília e coordenador da campanha de Doria em São Paulo, além do deputado federal Silvio Torres, também aliado de Alckmin e secretário-geral do PSDB nacional.

Losacco disse que o partido consultou o Tribunal Regional Eleitoral antes de realizar as prévias e que ficou claro que eleições prévias não são regidas por legislação eleitoral da mesma forma que os pleitos regulares. "O juiz deixou claro que a questão de prévia não existe na legislação eleitoral", declarou.

"Estamos seguindo exatamente o que o partido regulamentou. O transporte foi autorizado por escrito e muito claro na palavra transporte aos militantes", reforçou Semeghini.

Silvio Torres destacou que as equipes dos três pré-candidatos se reuniram antes da votação e estabeleceram, por meio de "acordo verbal", que estratégias de propaganda seriam permitidas mesmo no dia da prévia. "Houve o acordo verbal que permitiu o transporte e a boca de urna e um parecer por escrito da direção jurídica que permitiu o uso de cavaletes. Acho que não há nenhum perigo desse processo caminhar por esse rumo", disse o deputado.

Doria disse que não houve infração à lei Cidade Limpa - argumentação que não foi feita pelas demais lideranças tucanas que estavam ao seu lado. A Prefeitura de São Paulo afirmou ter recebido denúncias e que vai investigar se o uso de cavaletes não desrespeitou a legislação que veda esse tipo de propaganda em vias públicas. Doria respondeu com crítica à gestão do petista Fernando Haddad. "Não houve nenhuma infração. Os cavaletes foram colocados a uma distância de 50 a 60 m de cada local de votação e foram retirados. Cidade limpa é o que deveria fazer a cidade de São Paulo. A cidade está imunda, suja e descuidada", retrucou.

Tatuapé

Doria afirmou que ele e sua equipe vão trabalhar para que os votos do diretório do Tatuapé não sejam descartados, como comunicou o presidente do diretório municipal Mário Covas Neto, o Zuzinha. "Não faz o menor sentido descartar votos que efetivamente foram dados, porque se não você dá razão aos criminosos", disse Doria.

No Tatuapé, houve confusão, pancadaria, e a urna foi destruída. Zuzinha havia dito, mais cedo, que não houve voto impresso de conferência no Tatuapé e que a mídia digital tinha sido destruída. "Não foi", afirmou Doria. "Foram salvos os votos até aquele momento. Talvez no momento que o Zuzinha fez essa afirmação ele não tivesse a informação completa por parte dos técnicos. Esses vatos, não sei para quem são, mas vamos defender que sejam válidos."