Policial que entregou dossiê da Lava Jato deve ser alvo da corregedoria
Werneck já ocupou na gestão do governador Agnelo Queiroz (PT) o cargo de chefe da diretoria de assuntos estratégicos da corregedoria de saúde. O petista deixou o governo em 2014 em meio a vários escândalos de corrupção, inclusive na área da saúde.
Delegados da PF já identificaram nos seu quadro pessoas com a intenção de produzir dossiês contra investigadores que atuam na Lava Jato, mas não tinham conhecimento do episódio envolvendo Werneck que também é vice-presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, que representa os agentes da PF. A Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) irá divulgar nota nesta segunda, 7, dando apoio aos trabalhos dos delegados que atuam na Lava Jato e cobrando explicações de Werneck. "A entidade que ele dirige não representa os delegados", diz a nota.
À revista Veja, Werneck justificou que apresentou o caso ao Planalto por se tratar de uma denúncia grave. "Temos um problema de anacromismo na investigação que já tem dois anos e vem pegando pontos-chave de empresas e do governo. Isso afeta diretamente a economia", disse, segundo registrou a revista. No dossiê, a acusação é de que Moro e os outros envolvidos na Lava Jato estão a serviço de um grande plano do PSDB para implodir o PT e o governo.
Segundo a Veja, o ministro Jaques Wagner disse que encaminharia o dossiê para um promotor baiano de sua confiança dar sequência ao assunto. Ao jornal O Estado de S.Paulo, o ministro negou que tivesse recebido qualquer documento. "Desconheço e não me interessa conhecer." O jornal O Estado de S.Paulo não conseguiu localizar Werneck neste domingo, 6. Na última semana, Wagner indicou o promotor Wellington Cesar Lima e Silva para o Ministério da Justiça no lugar de José Eduardo Cardozo. A nomeação foi cancelada por decisão da Justiça Federal no DF por ele ser promotor na Bahia.
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