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Com 400 toneladas de lixo na rua, Sorocaba (SP) decreta emergência

03/04/2016 16h22Atualizada em 03/04/2016 17h13

Sorocaba - Uma greve de coletores que começou na noite de sexta-feira (1º) deixou cerca de 400 toneladas de lixo acumuladas nas ruas de Sorocaba, interior de São Paulo, na tarde deste domingo (3).

O risco de aumentar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus, levou o prefeito Antonio Carlos Pannunzio (PSDB) a decretar situação de emergência.

Cerca de 80 presos que cumprem pena no regime semiaberto foram convocados para realizar parcialmente a coleta.

De acordo com o secretário de Governo e Segurança Comunitária, João Leandro da Costa Filho, mesmo tendo mobilizado 18 caminhões, o serviço emergencial conseguiu apenas evitar um acúmulo maior de lixo. Como os caminhões não são apropriados, a coleta é feita de modo manual.

A cidade produz 500 toneladas de material por dia e a ação havia resultado, até a noite de sábado, na coleta de 103 toneladas.

O secretário fez um apelo à população para que não coloque o lixo nas calçadas ou nos contêineres de coleta pelo menos até segunda-feira (4). O objetivo seria não favorecer a proliferação do Aedes aegypti.

A cidade teve 142 casos confirmados e uma morte suspeita por dengue neste ano. Foram 12 casos confirmados e 14 suspeitos de chikungunya, e outros 6 confirmados e 24 suspeitos de zika vírus.

Em quase todas as regiões da cidade, o material se acumula nas calçadas. Onde há contêiner, o recipiente não deu conta do volume e transbordou. Os sacos de lixo ocupam calçadas, parte de ruas e pistas de ciclismo. Em alguns pontos, ações de vandalismo ou cães em busca de alimento arrebentaram os sacos. O lixo se espalhou e já há mau cheiro.

No total, 425 funcionários, entre motoristas e coletores, aderiram à greve por aumento de 12,35% nos salários e de 37% no vale-refeição. A empresa ofereceu 11,08% de reajuste salarial, sem alterar o vale-refeição. Segundo a empresa, um reajuste maior afetaria o equilíbrio do contrato com a prefeitura.

O sindicato informou que, até sábado, mantinha 30% dos servidores e da frota trabalhando para cumprir a lei do serviço essencial. No entanto, esse pessoal e os caminhões de coleta foram recolhidos depois que a prefeitura passou a fazer a coleta emergencial. A prefeitura deve recorrer à Justiça nesta segunda-feira para que o serviço seja retomado integralmente.