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De volta à Câmara, ex-ministro Mauro Lopes votará pelo impeachment

O ex-ministro da Aviação Civil Mauro Lopes - Sergio Lima/Folhapress - 20.jun.2012
O ex-ministro da Aviação Civil Mauro Lopes Imagem: Sergio Lima/Folhapress - 20.jun.2012

De Brasília

16/04/2016 21h20

Exonerado na quinta-feira com o objetivo de cerrar fileiras com o governo na Câmara, o deputado e ex-ministro da Aviação Civil Mauro Lopes informou neste sábado (16) ao vice-presidente Michel Temer que pretende votar a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Lopes esteve na tarde de hoje no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente, por onde passaram cerca de 150 parlamentares. Além dele, retornaram à Câmara na última quinta-feira para ajudar o governo o deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), que até então ocupava o comando do ministério da Saúde, e Celso Pansera (PMDB-RJ), ex-ministro de Ciência e Tecnologia.

"O Mauro Lopes o governo contava como certo. Ele veio aqui para dizer que, em que pese a pressão que estava sofrendo, que o Michel poderia contar que ele ia votar com o partido, pelo impeachment. De certo, ele vai apresentar junto a carta de demissão", afirmou ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real da Agência Estado) o vice-presidente do PMDB, Eliseu Padilha, que passou o dia no Jaburu ao lado de Temer.

Mauro Lopes, que também ocupa o cargo de secretário-geral do PMDB, foi procurado por telefone pela reportagem, assim como sua assessoria, mas até o fechamento deste texto não houve retorno.

A princípio, Michel Temer havia programado acompanhar a sessão de amanhã, de votação do impeachment, em São Paulo. Após grande pressão por parte dos aliados e da "guerra psicológica" dos números pró e contra o afastamento de Dilma, o vice decidiu trazer toda a família para Brasília, de onde deve acompanhar a votação.

O quartel-general do grupo de Temer amanhã continuará sendo o Palácio do Jaburu, onde está reservada uma sala de cinema para que todos possam acompanhar a decisão dos deputados.

Nos encontros realizados hoje na residência do vice-presidente, um dos principais temas foi a decisão de Gilberto Kassab (PSD) de deixar o Ministério das Cidades, na véspera da votação do impeachment. A iniciativa foi vista como gesto negativo ao Palácio do Planalto fortalecendo os argumentos do grupo pró-impeachment.

Nas rodinhas, os parlamentares também refizeram a contagem de votos de amanhã. Na avaliação do grupo de Temer, o governo deve ficar com apenas 130 votos, o que não impediria o impeachment. O número necessário é ao menos 171 votos. Por sua vez, a expectativa dos aliados do vice é de que o afastamento de Dilma conte com até 375 votos.

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UOL Notícias