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Plano de Temer inclui recriar GSI e melhorar Abin

Intenção de Temer é reestruturar o setor de inteligência sob a coordenação da nova GSI -  Alan Marques-25.ago.2015/Folhapress
Intenção de Temer é reestruturar o setor de inteligência sob a coordenação da nova GSI Imagem: Alan Marques-25.ago.2015/Folhapress

Em Brasília

04/05/2016 07h34

O vice-presidente Michel Temer decidiu reestruturar todo o setor de inteligência e vai recriar o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), extinto pela presidente Dilma Rousseff.

O futuro titular da pasta será o general-de-Exército Sérgio Etchegoyen, atual chefe do Estado Maior do Exército, a quem ficará vinculada a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Assim como o virtual futuro ministro da Defesa, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), Etchegoyen foi indicado pelo ex-ministro Nelson Jobim e pelo comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, que vem mantendo contato sistemático com os comandantes da Aeronáutica e da Marinha e se tornou o principal interlocutor das Forças Armadas com Temer e sua equipe.

Jobim e Jungmann têm boas e antigas relações tanto com Villas Boas quanto com Etchegoyen, que trabalhou no gabinete da Defesa na gestão de Jobim, no governo Lula, como assessor especial do ministro e chefe do Núcleo de Implantação da Estratégia Nacional de Defesa. Além disso, Villas Boas e Etchegoyen são amigos de infância. Ambos são filhos de militares e gaúchos de Cruz Alta.

A intenção de Temer, depois de inúmeras consultas nas áreas civil e militar, é reestruturar o setor de inteligência sob a coordenação da nova GSI, que poderá mudar de nome ao ser recriada. A primeira providência será incluir a Abin no organograma do gabinete, para uma reformulação de tarefas e de práticas.

A GSI, então chefiada pelo general José Elito, foi extinta por Dilma em outubro, no contexto de enxugamento da máquina. Com sua extinção, a Abin, braço operacional da inteligência do governo, ficou vinculada à Secretaria de Governo da Presidência, cujo ministro é o petista e ex-sindicalista Ricardo Berzoini.

Uma das queixas das Forças Armadas é com uma atuação política da Abin no atual governo e a desestruturação do sistema.

Além disso, há uma preocupação tanto de civis quanto de militares: a de deixar claro que o novo sistema de inteligência não servirá para bisbilhotar a vida das pessoas nem perseguir ou constranger adversários políticos do futuro e dos próximos governos.

Como função de Estado, estará focado na segurança nacional, como ocorre em todos os países democráticos do mundo. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".