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Ministro Marco Aurélio, do STF, fala em 'outrora todo-poderoso' Eduardo Cunha

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello - Antonio Cruz/Agência Brasil
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello Imagem: Antonio Cruz/Agência Brasil

Em Brasília

05/05/2016 11h48

Após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki determinar o afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do mandato de deputado, o ministro Marco Aurélio Mello classificou o parlamentar como "o outrora todo-poderoso deputado do meu Estado, Eduardo Cunha". Marco Aurélio elogiou o trabalho da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público (MP) no combate à corrupção.

"A crise política, econômica e financeira está sangrando o Brasil. O Brasil precisa parar de sangrar", disse o ministro em evento sobre infraestrutura, em Brasília, na manhã desta quinta-feira (5). Segundo ele, as instituições do país estão funcionando, com destaque à PF, "digna de elogio pelo trabalho que vem realizando", e ao MP.

O ministro disse estar satisfeito porque o ministro Teori Zavascki poupou metade do seu trabalho ao determinar que Cunha seja afastado. Há dois dias, Marco Aurélio foi sorteado relator de ação ajuizada pela Rede, que pede o afastamento de Cunha da presidência da Câmara, sob a alegação de estar na linha sucessória da Presidência da República, mesmo sendo réu na Operação Lava Jato. O pedido estava previsto para ser julgado na tarde desta quinta pelo plenário do STF.

No início do dia, entretanto, Teori, em caráter liminar, afastou Cunha do mandato de deputado federal e, consequentemente, do comando da Casa. A decisão, que atende a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), pode ser levada ao plenário da Corte ainda nesta quinta-feira, o que poderia tornar injustificada a análise do processo impetrado pela Rede.

Marco Aurélio lembrou que o processo que relata foi aberto há dois dias, enquanto o outro estava sob os cuidados de Teori desde dezembro do ano passado. Ele disse que é preciso analisar se seu relatório fica agora prejudicado, mas indicou que não, já que outro parlamentar na linha sucessória da Presidência da República, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também "tem inúmeros processos".

"Vamos ver se ficou prejudicado, porque tem outro com a espada de Dâmocles sobre a cabeça, que é o presidente Renan Calheiros", disse, em referência a uma lenda grega que ilustra a insegurança que é carregada por aqueles que detém poder.