Conseguimos fazer uma revolução sem armas e sem sangue, diz Janaína Paschoal
A advogada Janaína Paschoal, uma das autoras do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, agora afastada interinamente, afirmou nesta quinta (12) à Rádio Estadão que a admissibilidade do processo contra a petista mostra que "conseguimos, por meio de um processo pacífico, mostrar ao nosso país que é possível fazer uma revolução sem armas e sem sangue". Ela destacou ainda que a repetição do mantra de "golpe" indica que o "governo não tem argumentos técnicos para rebater a acusação" de crime de responsabilidade de Dilma.
Indagada pela jornalista Eliane Cantanhêde, do jornal "O Estado de S. Paulo", sobre a possibilidade de arrependimento em razão do impeachment da presidente, Janaína afirmou que "não posso garantir o que vou pensar e sentir daqui a 20 anos". "Somos humanos, somos falhos."
Conforme a advogada, não há chances de organismos internacionais, como a Organização dos Estados Americanos (OEA), classificarem o processo de impeachment no Brasil de golpe. "Se fizerem uma análise técnica, vão reconhecer que foi uma expressão máxima da República."
Janaína comentou ainda que, a partir de agora, continuará trabalhando com "seriedade para que a decisão seja confirmada no final". Dilma será afastada da Presidência da República por até 180 dias até que o Senado julgue todo o processo de impeachment. Se dois terços da Casa votarem contra a presidente, ela será afastada em definitivo do cargo.
Por fim, Janaína desejou sorte ao vice-presidente Michel Temer, que assumirá interinamente a Presidência. "Desejo ao vice que faça um governo da virada, que demonstre que tem capacidade de ser estadista."
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