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Anúncio de medidas não inclui reforma da Previdência, diz Meirelles

André Dusek/Estadão Conteúdo
Imagem: André Dusek/Estadão Conteúdo

21/05/2016 17h43Atualizada em 21/05/2016 23h03

Brasília e São Paulo - O presidente em exercício, Michel Temer, deve anunciar, na segunda-feira (23), corte de gastos e medidas para melhorar o controle das contas públicas. No mesmo dia, Temer irá ao Congresso Nacional pedir a aprovação da meta fiscal com um rombo de R$ 170,5 bilhões.

Os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Romero Jucá, reúnem-se com Temer em São Paulo, neste fim de semana, para acertar os detalhes.

Segundo Meirelles, entre as medidas que serão anunciadas na segunda pelo governo, não estará a proposta da reforma da Previdência Social, que está em estudos e será discutida por uma comissão formada por centrais sindicais, o Poder Executivo e especialistas. A proposta será divulgada no devido tempo, disse ele.

'Medidas de austeridade estão aí para ficar'

Meirelles afirmou que "as medidas de austeridade (fiscal) estão aí para ficar". Antes de participar de reunião com Temer e o ministro Romero Jucá, do Planejamento, Meirelles destacou que tais ações por parte do governo "serão fundamentais para o equilíbrio das contas públicas e, mais importante, para que isso sinalize uma volta da confiança, do crescimento".

Na avaliação do ministro da Fazenda, o retorno da confiança no país será essencial para o aumento dos investimentos, do consumo, das vendas. "É um ciclo virtuoso que pode levar ao crescimento, que é exatamente a inversão do processo atual, que foi gerado por uma queda da confiança na economia".

Para Meirelles, as medidas devem garantir que "o aumento das despesas no futuro seja menor e que possamos ter um Estado brasileiro totalmente financiável no futuro, com finanças equilibradas e uma trajetória de dívida pública sustentável".

Otimista sobre o Congresso

O ministro da Fazenda disse estar otimista com a receptividade do Congresso Nacional sobre as medidas de austeridade fiscal que serão apresentadas pelo governo.

"Espero do Congresso que entenda as necessidades do povo brasileiro e das finanças públicas. Acredito que será uma negociação muito produtiva. Todos os contatos que tenho tido até o momento são muito positivos", disse.

Meirelles destacou que, eventualmente, está conversando com lideranças no parlamento e que "a receptividade é boa."

Medidas 'em diversas linhas diferentes'

O ministro do Planejamento, Romero Jucá, destacou que a apresentação do rombo de R$ 170,5 bilhões para este ano foi a constatação de um quadro fiscal de extrema dificuldade.

"Agora, vamos começar a operar medidas que melhorem essa dificuldade, até fazermos a travessia para outro tipo de situação, que é o ideal: equilíbrio fiscal, geração de empregos, crescimento econômico, enfim, credibilidade, estabilidade e segurança jurídica".

Jucá apontou que há grande diálogo entre os ministros sobre as medidas que devem ser anunciadas na próxima segunda-feira, com destaque para o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o presidente da Republica em exercício, Michel Temer.

"Temos bastante discussão, a palavra final é do presidente da República", comentou.

O ministro do Planejamento apontou que as medidas que estão no foco do governo atuam em diversas linhas diferentes. "Desde a contenção de gastos, limitação de despesas, mudança do quadro de endividamento", disse.

"São muitos assuntos, cada um terá seu calendário próprio. Mas estamos formulando saídas para que o Brasil possa sair rapidamente desta crise."

O ministro fez os comentários antes de participar de reunião com o presidente Michel Temer e com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, em São Paulo.