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Ex-assessor de Mantega será o número 2 do Itamaraty de Serra

Com escolha, Serra (foto) demonstra que os temas comerciais e econômicos serão sua prioridade - Charles Sholl/Futura Press/Estadão Conteúdo
Com escolha, Serra (foto) demonstra que os temas comerciais e econômicos serão sua prioridade Imagem: Charles Sholl/Futura Press/Estadão Conteúdo

Em Genebra (Suíça)Marcos Galvã

23/05/2016 09h37

O ministro das Relações Exteriores, José Serra, escolheu o experiente diplomata Marcos Galvão como secretário-geral do Itamaraty, numa demonstração de que os temas comerciais e econômicos serão sua prioridade.

Galvão havia sido o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda sob a gestão de Guido Mantega e foi o principal negociador do Brasil no G-20, no auge da crise mundial.

Foi seu trabalho nos bastidores que permitiu ao País ter uma voz de peso na redefinição das regras do sistema financeiro internacional.

Além de passar por cargos importantes em Brasília, ele ainda serviu na Organização dos Estados Americanos (OEA), em Assunção, em Londres, foi ministro-conselheiro e Encarregado de Negócios na embaixada do Brasil em Washington e embaixador no Japão até 2013. Galvão estava havia dois anos em Genebra como embaixador do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC).

Inicialmente, a ideia de Serra era dividir a Secretaria-Geral em dois cargos, com Galvão se ocupando mais da área econômica e comercial, enquanto Sérgio Danese ficaria com a parte administrativa e política. Mas, depois de um fim de semana de negociações, Danese será nomeado como embaixador em Buenos Aires.

A escolha do ex-embaixador do Brasil na OMC tem ainda a função de proteger Serra de críticas internas, numa instituição pouco acostumada a ver alguém de fora da carreira assumir o cargo máximo de chanceler. O último foi Celso Lafer, ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso.

Há a expectativa de que o novo vice-ministro toque de fato o Itamaraty por causa da agenda atribulada de Serra com a crise política e as eleições em 2018. Pessoas próximas ao gabinete de Serra, porém, negam e apontam que o tucano terá "pleno comando" da pasta. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".