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Sabesp aumenta produção de água do Cantareira para evitar enchente em SP

Rio Piracicaba - Renato César Pereira/Futura Press/Estadão Conteúdo
Rio Piracicaba Imagem: Renato César Pereira/Futura Press/Estadão Conteúdo

Em São Paulo

06/06/2016 20h59

Após cinco dias seguidos de chuvas em pleno período de estiagem, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) decidiu aumentar em 50% a produção de água do Sistema Cantareira nesta segunda-feira (6) para evitar o enchimento da represa Paiva Castro e enchentes na cidade de Franco da Rocha, como ocorreu em março deste ano.

Segundo a estatal, o reservatório amanheceu nesta segunda-feira (6) com 70% da capacidade máxima e recebendo uma vazão de 36 mil litros por segundo, noves vezes maior do que a vazão média para o mês de junho. Por isso, afirma, a produção de água para abastecer a população da capital e da Grande São Paulo foi ampliada de 22 mil l/s para 33 mil l/s.

O objetivo é evitar que a Paiva Castro encha rapidamente a ponto de obrigar a Sabesp a abrir as comportas, que ajudaria a inundar as ruas de Franco da Rocha, a exemplo do que aconteceu no dia 11 de março deste ano, quando o nível do reservatório subiu de 65% para 99% em um dia por causa das chuvas abundantes na região. Na ocasião, a entrada de água pelo rio Juqueri foi de 125 mil l/s.

"A companhia aumentou a área de atendimento do Cantareira, passando a usar esse sistema para abastecer moradores que normalmente recebem água do Alto Tietê, do Guarapiranga e do Alto e Baixo Cotia", informou a Sabesp. Maior manancial que abastece a Grande São Paulo, o Cantareira tem capacidade para atender cerca de 9 milhões de pessoas, mas estava abastecendo 7,4 milhões por causa das restrições de exploração impostas pelos órgãos reguladores devido à crise hídrica.

Só nos primeiros seis dias de junho, o manancial já registrou mais do que o dobro do volume de chuvas esperado para todo o mês (129,8 milímetros ante 58,1 mm). Desde então, o nível da represa Paiva Castro subiu de 39% para 70% e de todo o sistema, que é formado por cinco represas, de 37% para os atuais 40,7%, sem incluir o volume morto.

"A represa Paiva Castro tem cumprido o papel de 'caixa-d’água', armazenando o volume de chuvas que atinge a região e evitando que ele avance pelas cidades. A represa já evitou que o rio Juqueri transbordasse em vários pontos e segurou vazões acima de 35 mil litros por segundo, impedindo que Franco da Rocha fosse inundada e que a água prejudicasse os sistemas viário e ferroviário", afirma a Sabesp.

Desde o último sábado (4), a transferência de água da represa Atibainha, em Nazaré Paulista, para a Paiva Castro, pelo túnel 5 está suspensa. Com isso, afirma a Sabesp, "não há mais transferência de água de outros reservatórios do Sistema Cantareira para ela" e a "Paiva Castro só está recebendo a chuva que tem precipitado diretamente sobre essa represa e no seu entorno".

A Sabesp informou ainda que "está em contato permanente com a Defesa Civil Estadual para informar sobre as operações executadas em relação à represa Paiva Castro".

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