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Amigo de Cunha é alvo de mandado de prisão da Operação Recomeço

24/06/2016 17h35

São Paulo - O empresário Ricardo Andrade Magro, amigo e ex-advogado do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é um dos alvos de prisão da Operação Recomeço. Deflagrada pela Polícia Federal nesta sexta-feira, 24, a ação investiga desvios na aquisição de títulos mobiliários.

O amigo de Eduardo Cunha já havia aparecido na lista do Panama Papers. Ricardo Magro comandou uma rede de offshores pela firma panamenha Mossack Fonseca, especializada em abrir empresas de fachada em paraísos fiscais. O empresário que também é dono da refinaria de Manguinhos, no Rio, teve relacionadas a seu nome seis empresas em paraísos fiscais.

Na Operação Recomeço, Ricardo Andrade Magro é suspeito de envolvimento no esquema de desvio de recursos dos fundos de pensão Petros, da Petrobras, e Postalis, dos Correios, na compra de debêntures do Grupo Galileo. Segundo o Ministério Público Federal, em dezembro de 2010, o Grupo Galileo emitiu debêntures no valor de R$ 100 milhões para captar recursos a fim de recuperar a recém-adquirida Universidade Gama Filho. O empresário e Márcio André Mendes Costa eram sócios do Galileo na época.

"As investigações encontraram fortes indícios de que o dinheiro captado foi ilegalmente desviado para outros fins, em especial para contas bancárias dos investigados, de terceiros e de pessoas jurídicas relacionadas aos investigados, o que levou à quebra definitiva da Gama Filho e da UniverCidade, também mantida pelo Grupo, e ao descredenciamento delas pelo Ministério da Educação em 2014, com danos a milhares de estudantes", diz o texto divulgado no site da Procuradoria.

O esquema também teria prejudicado os fundos de Pensão Postalis e Petros, que adquiriram em 2011 as debêntures do Grupo Galileo confiando na recuperação da Gama Filho.

A operação causou perdas aos segurados no valor de R$ 90 milhões e também foi apurada pela CPI dos Fundos de Pensão na Câmara dos Deputados, cujo relatório final, aprovado em abril de 2016, concluiu pela irregularidade da compra dos títulos mobiliários e apontou indícios de graves ilícitos penais.