Ex-tesoureiro do PT nega ter proposto 'afinar versões' com delator em 2015
Delator da Operação Lava Jato, Pascowitch foi um dos pivôs da decretação da prisão de Ferreira na Operação Custo Brasil, deflagrada nesta quinta-feira, 23, pela Polícia Federal em ação conjunta com o Ministério Público Federal e a Receita Federal. Segundo o delator, logo após a prisão do ex-vereador do PT em Americana Alexandre Romano, o Chambinho, o ex-tesoureiro petista o procurou e lhe teria dito: "vamos afinar as histórias, as versões."
Chambinho foi preso na Lava Jato em agosto de 2015, por suspeita de envolvimento no esquema Consist. Chambinho fez delação premiada e revelou como eram realizados repasses ilícitos que beneficiaram o próprio Paulo Bernardo e o PT, a partir de um desvio estimado pela Custo Brasil em R$ 100 milhões entre 2010 e 2015. O ex-ministro, preso pela PF na quinta, teria recebido R$ 7,1 milhões do montante desviado.
O juiz federal Paulo Bueno ordenou a prisão do ex-tesoureiro do PT - cuja sede em São Paulo foi alvo de buscas nesta quinta-feira -, sob a alegação de que ele poderia fugir e por em risco a ordem pública e a aplicação da lei penal. Quando sua prisão foi ordenada, Paulo Ferreira estava em Brasília. Decidiu, então, entregar-se diretamente à Justiça Federal. Para evitar ser detido no Aeroporto, ele deslocou-se de carro para São Paulo.
No início da tarde desta sexta, acompanhado de seu advogado, o criminalista José Roberto Batochio, o petista apresentou-se ao juiz.
"A prisão preventiva de Paulo Ferreira é absolutamente desnecessária", afirma Batochio.
Para o advogado "deve estar havendo algum equívoco". "Existe, ao que parece, algum outro Paulo nessa história, que não é Paulo Ferreira", afirmou o criminalista.
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