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Lava Jato prende lobista Adir Assad

O empresário Adir Assad, preso da Operação Saqueador, é transferido para o Complexo Penitenciário de Gericinó (Bangu 8) - Fábio Motta - 2.jul.2016/Estadão Conteúdo
O empresário Adir Assad, preso da Operação Saqueador, é transferido para o Complexo Penitenciário de Gericinó (Bangu 8) Imagem: Fábio Motta - 2.jul.2016/Estadão Conteúdo

De São Paulo

19/08/2016 11h32

A Operação Lava Jato voltou a prender na manhã desta sexta-feira (19) o lobista Adir Assad, em São Paulo, em cumprimento a ordem do juiz federal Sergio Moro. Adir Assad está a caminho de Curitiba, base da Lava Jato.

O magistrado ordenou na quinta-feira (18) que o lobista e doleiro fosse recolhido "à carceragem da Polícia Federal no Rio de Janeiro ou no sistema prisional estadual do Rio de Janeiro até nova deliberação judicial".

Na noite de quinta, 18, o advogado Miguel Pereira Neto, que defende Adir Assad, anexou petição aos autos da Lava Jato em que informou que "em respeito às decisões judiciais", o lobista se comprometia a se apresentar à autoridade policial.

Investigado em diversas operações contra corrupção, Adir Assad foi alvo de três mandados de prisão em pouco mais de um ano: Lava Jato, no Paraná, Operação Saqueador, no Rio, e Operação Pripyat, desdobramento da Lava Jato no Rio.

Na terça-feira, 16, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) revogou a prisão preventiva de Assad, no âmbito da Operação Saqueador, e fixou sete medidas cautelares, entre elas entrega de passaporte e proibição de deixar o País. Na decisão de prender Adir Assad, o juiz Moro relata que a defesa do lobista informou que "o cliente retornou à sua residência".

"Aparentemente, a autoridade carcerária, ao cumprir o alvará de soltura decorrente do habeas corpus 366.806 proveniente do Superior Tribunal de Justiça e em relação à prisão preventiva decretada pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, descuidou da ordem de prisão vigente existente contra o condenado e exarada por este Juízo", afirmou Moro.

"Assim, comunique-se, com urgência, a autoridade policial local para que proceda ao cumprimento do mandado de prisão do evento 244, recolhendo Adir Assad à prisão. Por ora, poderá Adir Assad permanecer recolhido à carceragem da Polícia Federal no Rio de Janeiro ou no sistema prisional estadual do Rio de Janeiro até nova deliberação judicial."

O lobista foi capturado preventivamente em 16 de março de 2015 e condenado pelos crimes de lavagem e de associação criminosa a 9 anos e dez meses de prisão. A sentença foi imposta em 21 de setembro de 2015.

Adir Assad foi colocado em prisão domiciliar no dia 16 de dezembro do ano passado, com tornozeleira eletrônica, por determinação do Supremo Tribunal Federal.

Em 5 de agosto de 2016, Moro restabeleceu a prisão preventiva de Adir Assad, que, segundo esta investigação, teria recebido R$ 18 milhões do Consórcio Interpar, fornecedor da Petrobrás, para repasse a executivos da Diretoria de Serviços da estatal.

Na decisão de agosto, o juiz Moro o classificou como "um profissional da lavagem de dinheiro, envolvido reiterada e sistematicamente em diversos esquemas criminosos, evidenciando risco à ordem pública".

Em junho deste ano, a 7ª Vara Federal Criminal do Rio decretou a prisão de Adir Assad na Operação Pripyat, que investiga corrupção e propina nas obras da Usina de Angra 3, e também na Operação Saqueador, que apura lavagem de dinheiro pela empresa Delta Construções S/A.

Adir Assad deixou a prisão domiciliar, decretada pela Lava Jato, no Paraná, e foi capturado preventivamente no Rio.

Adir Assad era conhecido pela promoção de shows e eventos no Brasil sendo responsável por trazer a banda U2 e as cantoras Amy Winehouse e Beyonce para exibições no País. Com uma vasta rede de empresas de fachada e laranjas, porém, ele acabou ganhando destaque nas páginas policiais a partir de março de 2015.

Em 10 de agosto, o empresário Samir Assad, irmão de Adir, foi preso e denunciado pela Operação Irmandade, desdobramento da Pripyat.

A Procuradoria da República acusa Samir por 223 crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e organização criminosa, por supostamente liderar, ao lado do irmão Adir, o núcleo financeiro operacional responsável por empresas de fachada que intermediavam o repasse de vantagens indevidas e geravam caixa 2 para pagamentos de propina em espécie pela construtora Andrade Gutierrez a diretores da Eletronuclear na construção da Usina de Angra III.